A empresa Le Bras Frères, responsável por montar os andaimes no teto da catedral Notre-Dame de Paris, que estava em reforma no momento do incêndio da semana passada, admitiu que alguns operários fumavam na obra, apesar da proibição.
– Efetivamente, alguns funcionários violavam esta proibição de vez em quando e lamentamos – afirmou o porta-voz da empresa, Marc Eskenazi. – Informamos a polícia (sobre isso) – completou.
O porta-voz respondeu desta maneira a um texto da revista Le Canard Enchaîné, publicado nesta quarta-feira (24), que afirma que a polícia encontrou sete bitucas de cigarro perto dos andaimes.
Eskenazi, no entanto, descartou a possibilidade de uma bituca mal apagada ter provocado o incêndio que destruiu na segunda-feira da semana passada parte do teto da catedral gótica e derrubou seu emblemático pináculo (conhecido como flecha).
– Qualquer pessoa que já tentou alguma vez acender o fogo em uma chaminé (sabe que) não acontece muita coisa quando você lança uma bituca sobre um tronco de carvalho – disse, em referência aos 1,2 mil troncos que sustentavam o teto da catedral.
Questionado sobre a possibilidade do fogo ter começado nos motores elétricos dos elevadores instalados para montar os andaimes, Eskenazi disse que "não se identificou nenhum problema" nos equipamentos.
– De todas as maneiras ficam longe da flecha. E pelo que foi estabelecido, o incêndio começou dentro do edifício. (...) Sob nenhuma circunstância são responsáveis pelo incêndio – disse o porta-voz da Le Bras Frères.
Os primeiros indícios apontam que o fogo começou por acidente, provavelmente por um curto-circuito, mas os especialistas ainda precisam examinar minuciosamente todos os vestígios em busca de provas para determinar as causas exatas.
A catedral de Notre-Dame é o monumento histórico mais visitado da Europa, com entre 12 e 14 milhões de turistas por ano.