As autoridades de La Valeta autorizaram a entrada nas águas de Malta de dois navios de ONGs alemãs com 49 emigrantes resgatados no Mar Mediterrâneo, diante da deterioração das condições a bordo, informou nesta quarta-feira a Marinha maltesa.
A autorização foi concedida principalmente pelos casos de enjoo entre os emigrantes devido à agitação do mar, segundo a Marinha.
O primeiro destes navios, o "Sea-Watch 3", de bandeira holandesa, navega desde 22 de dezembro à espera de poder entrar em um porto, com 32 emigrantes - incluindo três crianças, três adolescentes não acompanhados e quatro mulheres - de Nigéria, Líbia e Costa do Marfim.
O porta-voz do ministério holandês da Segurança e Justiça, Lennart Wegewijs, informou que seu país está disposto a acolher parte destas 32 pessoas "sob a condição de que os demais países europeus façam o mesmo".
Apesar da negativa de Itália, Malta e Espanha de acolher os emigrantes do "Sea-Watch 3", várias cidades alemãs estão dispostas a recebê-los.
No sábado, um porta-voz do governo explicou que a Alemanha aceitaria receber estes emigrantes caso houvesse a mesma atitude por parte de outros países europeus.
O navio de outra ONG alemã, Sea-Eye, com 17 emigrantes a bordo a espera de autorização para atracar, recebeu permissão para entrar nas águas maltesas, segundo a Marinha desta pequena ilha mediterrânea.
O barco tem 16 homens - incluindo um jovem de 17 anos - e uma mulher de 24 anos, todos originários da África Ocidental, resgatados no sábado diante da costa líbia.
Malta anunciou na segunda-feira ter resgatado 180 emigrantes no Mar Mediterrâneo, em dois barcos em apuros. A Marinha maltesa anunciou ainda na noite de domingo ter salvo 69 pessoas no mar.
Em 2018, cerca de 1.300 emigrantes perderam a vida tentando cruzar o Mediterrâneo para chegar à Malta ou à Itália, segundo a Organização Mundial para as Migrações (OIM).
* AFP