Novos confrontos foram registrados nesta terça-feira entre a polícia e manifestantes em Kaserine, Tunísia, depois que um jornalista ateou fogo ao próprio corpo, na noite desta segunda-feira, para denunciar as difíceis condições de vida naquela região do centro-leste do país.
A polícia lançou gás lacrimogêneo para dispersar dezenas de manifestantes após confrontos em frente à sede do governo de Kaserine, localizada a 270 km da capital, e onde havia sido mobilizado um importante dispositivo de segurança.
O jornalista Abdel Razzaq Zorgui, 32, morreu após atear fogo ao próprio corpo, em um protesto contra a difícil situação econômica da região.
"Para os filhos de Kaserine, que não têm meios de subsistência, vou iniciar hoje uma revolução, vou me imolar com fogo", afirma o jornalista em um vídeo.
O drama provocou a ira dos habitantes daquela cidade. Dezenas de manifestantes queimaram pneus e bloquearam a rua principal do centro de Kaserine ontem à noite. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo.
Seis membros das forças de segurança ficaram levemente feridos e nove pessoas foram detidas, segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Sofiane al-Zaq.
Em comunicado, o sindicato nacional dos jornalistas, que confirmou a morte, declarou que o profissional planejava organizar uma greve geral no setor de imprensa.
* AFP