O presidente francês Emmanuel Macron disse, no domingo (15), que os bombardeios na Síria não foram uma declaração de guerra contra o regime de Bashar al Assad e garantiu ter convencido o presidente americano, Donald Trump, a "permanecer" na Síria.
— Não declaramos guerra ao regime de Bashar al Assad — afirmou Macron em uma entrevista na televisão, depois que o país, junto com Estados Unidos e Reino Unido, realizaram, no sábado (14), bombardeios contra três locais vinculados ao programa de armamento químico sírio.
No entanto, o presidente francês insistiu na necessidade de enviar uma mensagem de que o uso de armas químicas não ficaria impune.
— O que eu quero que entendam é que temos plena legitimidade internacional para intervir neste caso — disse Macron. — Foi a comunidade internacional que interveio — acrescentou, reiterando que a França e seus aliados obtiveram "provas" de que Al Assad utilizou cloro no ataque de 7 de abril.
Macron também ressaltou que operação foi conduzida "perfeitamente", sem deixar vítimas.
Os ataques ocidentais se concentraram em locais de pesquisas e centros militares vinculados ao programa de armas químicas do regime de Bashar al Assad, perto de Damasco e no centro do país, em resposta a um suposto ataque químico na cidade de Duma, que matou pelo menos 40 pessoas.
"Convencemos Trump"
Na mesma entrevista, Macron afirmou ter desempenhado um papel determinante para convencer o presidente americano Donald Trump a não retirar suas tropas da Síria.
— Há 10 dias, o presidente Trump dizia que os Estados Unidos considerava deixar a Síria (...), o convencemos de que era necessário permanecer no longo prazo — declarou.
Algumas horas depois, contudo, a Casa Branca afirmou que a "missão das forças americanas não mudou".
"O presidente foi claro ao afirmar que deseja que as forças americanas retornem assim que possível", destacou a secretária de imprensa, Sarah Sanders, em um comunicado.
Apesar das tensões com a Rússia, Macron reafirmou a necessidade de "falar com todos", incluindo os aliados de Al Assad, para alcançar uma solução política para o conflito na Síria.
Esta foi a primeira operação militar de maior importância ordenada por Macron, que assumiu a presidência francesa há menos de um ano. Em 2017, o presidente francês disse que o uso de armas químicas significaria para ele uma "linha vermelha", levando a uma "resposta imediata" por parte da França.