Os eleitores checos elegem nesta sexta-feira e sábado seu novo presidente, entre o chefe de Estado pró-russo, Milos Zeman, e seu rival pró-europeu, Jiri Drahos, em uma eleição muito disputada.
Zeman, de 73 anos, veterano da esquerda, também conhecido por suas opiniões pró-chinesas e antimuçulmanas, e que tem forte apoio no interior do país, obteve 38,56% dos votos no primeiro turno.
Drahos, de 68 anos, conseguiu 26,60%, graças aos eleitores de Praga e a outras grandes cidades. Inicialmente, era apontado como favorito após o primeiro turno, em razão do apoio recebido dos outros sete candidatos.
Às vésperas do segundo round, porém, a balança parece pender em favor do atual presidente, que foi melhor nos debates realizados entre os dois turnos, diante de um adversário sem experiência política.
No último debate, Drahos disse que Zeman é o "símbolo da divisão" do país e o "representante de uma era passada" que "não pode oferecer nada ao país".
Já o presidente em fim de mandato se apoiou em seus 25 anos de experiência política e afirmou que seu adversário "não entende nada sobre política".
Na quinta-feira, ao final de uma campanha tensa, salpicada de informações falsas, as principais agências de apostas antecipavam a vitória de Zeman.
- 'Este país é nosso' -
Em um país que, em sua maioria, opõe-se à recepção de migrantes, Zeman - considerado um populista - atacou seu rival com esse argumento. Ele lembrou que, em junho de 2017, Drahos havia dito que "acolher 2.600 refugiados, ou migrantes, uma vez controlados do ponto de vista da segurança, não deveria representar qualquer problema".
Em todo país, os cartazes da campanha do presidente insistem neste tema, proclamando "Pare os imigrantes e Drahos, esse país é nosso! Votem Zeman!".
Nos cartazes de Drahos, pode-se ler: "Vamos escolher a mudança! A decência é uma força!".
O presidente em final de mandato parece mobilizar muitos eleitores contra ele (42%), mas o eleitorado hostil ao candidato pró-europeu é menor (17%), de acordo com uma pesquisa da agência STEM/MARK publicada esta semana.
O presidente checo, com menos prerrogativas do que o chefe de Estado na França ou nos Estados Unidos, aponta o primeiro-ministro com base nos resultados das eleições legislativas e nomeia o governo.
O chefe de Estado ratifica as leis adotadas pelo Parlamento e também nomeia os membros da diretoria do banco central CNB, os juízes e os professores universitários.
A posição de chefe de Estado tem para os checos uma aura incontestável de autoridade, entre outras razões, porque o presidente trabalha no Castelo de Praga, imponente antiga residência dos reis da Boêmia, localizada em uma colina majestosa.
As assembleias de voto funcionam nesta sexta-feira das 13h às 21h GMT e, no sábado, das 7h às 13h GMT. Os resultados serão conhecidos no sábado à tarde.
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* AFP