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Os caixões com os corpos dos cinco argentinos vítimas do atentado ocorrido na última terça-feira (31) em Nova York chegaram nesta segunda-feira (6) ao Aeroporto Internacional de Ezeiza, em Buenos Aires. Um cortejo fúnebre com proteção policial iniciou a viagem até Rosario, 300 km a norte da capital da Argentina, cidade natal e onde as vítimas serão sepultadas.
No voo também estavam os sobreviventes do grupo de 10 amigos que celebrava em Manhattan o 30º aniversário de formatura no Politécnico, uma escola de ensino médio vinculada à estatal Universidade de Rosario. Um outro membro do grupo – Martín Marro, 48 anos – ficou ferido e permanece hospitalizado em Nova York.
Parentes e os quatro amigos que escaparam ilesos do ataque em 31 de outubro embarcaram em um avião com destino à terceira maior cidade argentina, onde acontecerão os velórios e funerais, de acordo com fontes aeroportuárias.
— Queremos fazer uma prece: que o amor vença o ódio, que a vida se imponha à morte — afirmaram os sobreviventes em um comunicado e entrevista coletiva no consulado argentino em Nova York.
O presidente Mauricio Macri, que visita a cidade norte-americana, prestará homenagem aos compatriotas nesta segunda-feira no local do atentado, onde foi criado um memorial com flores e mensagens póstumas.
— Vamos chorar para sempre nossos amigos. Foi o amor que nos trouxe aqui e é o amor que continuará nos unindo — afirmou Guillermo Banchini, um dos sobreviventes.
Os 10 argentinos, em sua maioria arquitetos, passeavam de bicicleta pelo sul de Manhattan quando foram atropelados por uma caminhonete dirigida pelo uzbeque Sayfullo Saipov, em um ato classificado como "terrorista" pelas autoridades dos Estados Unidos.
— Não há forma de entender que um sonho se transforme em seu pior pesadelo. Sobrevivemos e vimos a partida de nossos amigos. No que se transformou o mundo? Como alguém pode pensar, planejar e executar um atentado semelhante? — questionou Banchini.
No ataque também morreram uma belga de 31 anos e dois americanos. Doze pessoas ficaram feridas.
Banchini destacou o "jornalista americano que escreveu um texto sobre nós, sobre nossa amizade e sobre o profundo significado que a amizade tem para os argentinos". Ele se referia a Brian Winter, que já morou em Buenos Aires, e o artigo escrito para um portal americano.
Cerca de 200 argentinos participaram no domingo na Maratona de Nova York usando a camiseta da seleção de futebol e uma fita preta no braço.