O ex-presidente do Peru Ollanta Humala e sua mulher, Nadine Heredia, se entregaram, na noite desta quinta-feira (13), após a Justiça ordenar a prisão preventiva de ambos por conspiração e lavagem de dinheiro relacionados ao caso Odebrecht. A decisão, do juiz Richard Concepción Carhuancho, autoriza 18 meses de detenção para o casal. A ordem veio após procuradores argumentarem que os dois podem fugir do país para despistar a Justiça.
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O mesmo juiz ordenou a prisão de um outro ex-presidente peruano, Alejandro Toledo, por acusações relacionadas. Toledo está nos Estados Unidos lutando contra pedidos de deportação por autoridades do Peru, que exigem que ele responda às acusações. Imagens de televisão mostraram Humala e Nadine saindo de sua casa, em lima, em um veículo, com escolta policial, indo em direção ao tribunal.
O procurador Germán Juárez acusou o casal Humala e Nadine de lavar dinheiro nas campanhas presidenciais de 2006 e 2011. Ele explicou que ambos receberam recursos públicos da Venezuela para a campanha de 2006, quando Humala saiu derrotado nas eleições. Em 2011, quando Humala foi eleito, a Odebrecht e a OAS contribuíram com dinheiro que seria destinado a corromper funcionários e obter licitações, segundo o procurador.
O empresário Marcelo Odebrecht declarou, em abril, que havia entregado US$ 3 milhões à campanha de Humala, que negou insistentemente as acusações.
Autoridades de toda a América Latina têm se movido para cobrar políticos acusados de receber cerca de US$ 800 milhões em propinas da Odebrecht. A construtora reconheceu o pagamento de suborno em um acordo firmado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos em dezembro. Apenas no Peru foram pagos US$ 29 milhões por obras construídas durante o governos Toledo, Humala e do ex-presidente Alan Garcia.
*AFP e Estadão Conteúdo