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A mãe de uma turista britânica assassinada na Austrália criticou Donald Trump por incluir a morte da filha na lista de atentados jihadistas que supostamente não receberam cobertura da imprensa e acusou o presidente norte-americano de usar a jovem para demonizar os muçulmanos.
Na segunda-feira, o republicano acusou a mídia de "desonesta" por não cobrir alguns ataques extremistas. Em seguida, a Casa Branca publicou uma lista de 78 "atentados" que teriam sido "executados ou inspirados" pelo grupo Estado Islâmico.
Vários meios de comunicação, como BBC, The Guardian, The Washington Post e Le Monde, responderam com links que demonstram a ampla cobertura dos ataques.
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A lista de Trump inclui cinco "atentados" na Austrália, entre eles o assassinato, em agosto de 2016, de dois mochileiros britânicos, Mia Ayliffe-Chung, 21 anos, e Tom Jackson, 30 anos. O crime que teve ampla cobertura da Agence France-Presse (AFP) e de outros meios de comunicação.
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Em uma carta aberta ao presidente norte-americano publicada nas redes sociais, Rosie Ayliffe, mãe de Mia, condena o vínculo estabelecido o este crime e o islamismo radical.
"A possibilidade de que as mortes de Mia e Tom tenham sido consequência de um ataque terrorista islâmico foi descartada nos primeiros momentos da investigação", escreve.
O francês Smail Ayad foi acusado pelos assassinatos, cometidos em um albergue de Home Hill, ao norte do Estado de Queensland. A polícia australiana informou que o francês gritou "Allahu Akbar" (Deus é grande) no momento do crime e durante a detenção, mas indicou que não detectou nenhum vínculo terrorista.
"Qualquer idiota pode gritar Allahu Akbar ao cometer um crime", escreveu Rosie Ayliffe, que afirmou ter viajado muito pelo mundo muçulmano e ter encontrado apenas "respeito e hospitalidade".
"Esta difamação de nações inteiras e suas populações com base na religião é uma recordação terrível do horror que pode acontecer quando nos permitimos ser liderados por ignorantes para a escuridão e o ódio", afirma. "A morte de minha filha não será utilizada para promover esta perseguição insana de inocentes", conclui.