A polícia francesa prendeu nesta quinta-feira Jean-Claude Mas, fundador da empresa PIP de próteses mamárias. Ele foi detido no domicílio de sua companheira e colocado sob custódia. O empresário foi preso devido a uma investigação iniciada em dezembro na cidade de Marselha (sul da França) sobre as implicações sanitárias das próteses mamárias PIP.
A empresa está no centro de um escândalo mundial, que diz respeito a milhares de mulheres em inúmeros países, por causa da fabricação de implantes mamários defeituosos. O escândalo se intensificou em dezembro, ao revelar-se que essas próteses continham um aditivo para combustíveis.
Apesar de a empresa ter falido em 2010, o empresário admitiu que a firma produziu um gel de silicone que não estava autorizado pelos órgãos responsáveis, mas descartou que apresentasse riscos para a saúde.
- Eu sabia que esse gel não era homologado, e o fizemos conscientemente porque o gel da PIP era mais barato (...) e de melhor qualidade - explicou Mas aos peritos da polícia durante uma investigação preliminar.
Mais tarde, foi aberto um processo contra ele por homicídio e ferimentos voluntários.
Na França, foram registrados pelo menos 20 casos de câncer entre as mulheres portadoras de implantes da PIP (16 delas eram câncer de mama), apesar de, no momento, não se poder estabelecer uma relação de causalidade. De qualquer maneira, as autoridades francesas, assim como em outros países, inclusive o Brasil, recomendaram a extração desses implantes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselhou às mulheres que tenham implantes PIP em todo mundo que consultem seus médicos ante qualquer suspeita de ruptura ou presença de dor. Milhares de queixas foram apresentadas em diversos países contra a empresa PIP.
Próteses mamárias
Fundador da PIP é preso na França
Empresa é alvo de investigação por implicações sanitárias em implantes de silicone
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