
Um homem se passou por um piloto da Gol, usando uniforme e cordão de crachá da companhia, e pediu para entrar na cabine de comando de um avião da Azul — o que foi negado. O caso aconteceu no dia 24 de fevereiro durante um voo que partiu de Porto Alegre com destino a São Paulo. As informações são do g1.
A Azul relatou o ocorrido às autoridades. O homem, que não teve a identidade divulgada, portava um Certificado de Habilitação Técnica (CHT), a carteira de piloto, emitida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A aeronave, um Airbus A320, decolou às 14h12min do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e pousou às 15h52min no Aeroporto Internacional de Congonhas, na capital paulista.
Em relato compartilhado com tripulantes da companhia, a Gol explicou que o homem "apresentou comportamento suspeito em voo", tentando puxar assunto com os comissários da Azul, se passando por um comandante.
Ainda de acordo com a empresa, o comandante verdadeiro do voo chegou a cumprimentar o falso colega quando deixou a cabine. Foi então que ocorreu o pedido, que não foi concedido.
"Durante o voo, este homem interagiu com a tripulação na galley [copa] dianteira, dizendo que era comandante recém-promovido na Gol, com sete anos de experiência na companhia e que estava a caminho da base do Rio de Janeiro. No entanto, essa alegação gerou desconfiança entre os comissários, sobretudo devido à inconsistência nas suas falas", diz o relato da Gol.
O acesso à cabine de comando de uma aeronave é controlado. Por segurança, pilotos só saem para ir ao banheiro, e comissários só entram para entregar comida. Passageiros não podem entrar na cabine de comando durante um voo.
Homem não era piloto da Gol
Antes mesmo do pouso da aeronave, a suspeita de que o homem não era piloto da Gol foi confirmada. De acordo com a Azul, foi constatado que o passageiro embarcou com um bilhete regular, que não é utilizado por tripulantes uniformizados da Azul, Gol e Latam.
Eles têm direito a um bilhete gratuito, diferenciado e reservado com antecedência — fruto de um acordo entre as companhias e o sindicato da categoria, chamado "passe livre".
Caso não haja espaço entre os passageiros, é permitido que comandantes voem em assento atrás dos pilotos, medida autorizada pelas companhias e pela Anac. No entanto, o pedido é feito aos comandantes durante o embarque, e não durante o voo.
Em nota ao g1, a Azul informou que "a tripulação agiu de forma preventiva e de acordo com todos os protocolos da companhia ao perceber atitude atípica". A Gol disse que compartilhou o comunicado com os trabalhadores para "alertar e orientar a equipe sobre uma situação atípica, reforçando o compromisso da companhia com a segurança, valor número 1 da Gol".
Leia a nota da Gol na íntegra
"A Gol informa que todo e qualquer evento fora da rotina operacional é rigorosamente avaliado e comunicado aos seus tripulantes como medida preventiva. O comunicado interno mencionado seguiu esse protocolo e teve como objetivo alertar e orientar a equipe sobre uma situação atípica, reforçando o compromisso da companhia com a segurança, valor número 1 da Gol."
Leia a nota da Azul na íntegra
"A Azul esclarece que a tripulação do voo AD6035 (Porto Alegre-Congonhas), do dia 24 de fevereiro, agiu de forma preventiva e de acordo com todos os protocolos da companhia ao perceber atitude atípica de um cliente que embarcou utilizando bilhete regular, mas se identificou como piloto. Os tripulantes limitaram seus acessos durante o voo, seguindo estritamente as normas de segurança, valor primordial para a Azul, e relatando imediatamente o ocorrido para as autoridades competentes e comunicando à congênere envolvida."