
Filho e nora de Jorge Alex Alves Duarte, de 54 anos, que morreu após passar mal enquanto subia as escadas do Cristo Redentor, na manhã de domingo (16), relataram como foram as últimas horas de vida do homem.
Em entrevista ao Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo, Alex Magalhães Duarte, 28 anos, contou que o pai estava animado para conhecer o Cristo Redentor.
— Ele nos acordou de manhã, até é uma imagem que vai ficar sempre marcada pra mim, do meu pai chegando na porta e falando "ó crianças, tá na hora, vamos lá". Esses momentos de felicidade que a gente teve até o momento ali no Cristo me confortam nesse momento — conta Alex.
A nora, Melissa Schiwe, 24 anos, afirmou mais uma vez a demora no atendimento do Samu. Segundo ela, cerca de 35 minutos se passaram para a chegada de uma ambulância. Relatou também que a ideia inicial era subir de elevador mas, por conta da fila grande, resolveram subir de escada.
— A gente foi subindo e antes de chegar na capela eu ainda falei pro Jorge "que linda a vista, vamos ali comigo", eu me virei neste momento e só ouvi o Alex gritando — conta a jovem.
Jorge será velado em São Leopoldo, no Vale do Sinos, nesta terça-feira (18). Ele será cremado.
O governo do Rio de Janeiro liberou os acessos ao Cristo Redentor após uma vistoria da manhã desta terça-feira. Os transportes até o santuário haviam sido suspensos depois da morte.
Nora e padre fizeram os primeiros socorros
Melissa afirma que por cerca de cinco minutos fez massagem cardíaca no sogro. Depois, contou com ajuda de pessoas que se aproximaram, entre elas, o padre João Damasceno, da capela do local.
Em nota, o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor afirma que, segundo informações preliminares, Jorge subiu pela escada comum e passou mal às 7h39min. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado imediatamente, chegando ao local às 8h13min.
A nora afirma que, após pedido dela, a equipe do posto levou desfibrilador. Porém Jorge não esboçava mais reação. O Samu atestou o óbito como morte súbita de origem cardíaca.
Posto estava fechado
O posto médico do local, administrado pela concessionária Trem do Corcovado, estava fechado quando Jorge passou mal. Em nota, a empresa afirma que "não houve possibilidade alguma de salvamento".
O ICMBio, responsável pela administração do parque, afirma que será aberta uma apuração para verificar as circunstâncias da morte de Jorge. Segundo Alex, um representante do instituto fez contato com a família para pedir mais informações.
Nota da concessionária
"O Trem do Corcovado funciona há 140 anos sem qualquer problema de operação. O Trem do Corcovado disponibiliza uma enfermaria com todos os equipamentos necessários aos primeiros socorros no Alto do Corcovado, com profissionais treinados, habilitados e certificados para manusear o desfibrilador.
Vale ressaltar, que a enfermaria está funcionando normalmente e os casos mais graves são conduzidos para o Hospital do Silvestre, que fica a 4 minutos do Monumento.
Na fatalidade ocorrida neste domingo (16/03), não houve possibilidade alguma de salvamento apesar dos socorristas chegarem com o desfibrilador no mesmo instante e, em seguida, o SAMU".