Uma confraternização familiar em Torres, no Litoral Norte, terminou em tragédia. Após consumirem um bolo, seis pessoas da mesma família passaram mal e precisaram procurar atendimento médico na segunda-feira (23).Veja o que se sabe sobre o caso até o momento.
Duas mulheres não resistiram e faleceram entre a madrugada e a manhã desta terça-feira (24). Outros três familiares permanecem hospitalizados e um foi liberado após atendimento médico.
A Polícia Civil investiga o caso e levanta a hipótese de envenenamento ou intoxicação alimentar. O marido da mulher que teria feito o bolo — que também está hospitalizada — morreu por intoxicação alimentar em setembro.
Veja o que se sabe sobre o caso:
Como aconteceu?
Segundo o delegado Marcos Vinicius Veloso em entrevista à Rádio Gaúcha nesta terça, a mulher que fez o bolo seria moradora de Arroio do Sal, no Litoral Norte. Ela teria feito o alimento na manhã de segunda-feira (23). Pela tarde, se deslocou para Torres, também no Litoral, para encontrar com os parentes.
A família se reuniu em uma residência, onde comeram e confraternizaram. Algum tempo depois, por volta das 18h, algumas pessoas começaram a passar mal e tiveram de buscar um pronto-atendimento médico. Todas que apresentaram sintomas teriam comido o bolo.
O episódio deixou vítimas?
Seis pessoas procuraram atendimento médico após comer a sobremesa. Duas mulheres morreram. Três familiares, incluindo a parente que fez o bolo, permanecem hospitalizados, conforme boletim do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, onde estão sob cuidados de saúde.
Um parente foi liberado após atendimento médico. Segundo o delegado, ele teria ingerido pouco bolo, o que colabora com a possibilidade de ter sido a sobremesa a causa dos problemas de saúde.
Quem são as vítimas?
As vítimas foram identificadas como Maida Berenice Flores da Silva, 58 anos, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 43 anos. Elas eram tia e sobrinha, segundo o delegado.
O que se sabe sobre o bolo?
Policiais estiveram na casa da mulher que fez o bolo, em Arroio do Sal, durante a manhã desta terça-feira:
— Havia vários produtos vencidos, inclusive a farinha que ela utilizou — disse.
De acordo com o relato do delegado à Rádio Gaúcha, alguns dos parentes teriam comentado que a sobremesa estava com gosto apimentado, diferente do sabor usual de bolos.
— A gente não tem a certeza de que foi o bolo. Tem uma grande probabilidade de que possa ter sido, porque estava com um gosto estranho. Nenhum bolo doce tem gosto de pimenta, conforme as pessoas haviam relatado. Então, a gente suspeita porque foi após comerem, e quem ingeriu esse bolo passou mal. Os outros familiares não passaram mal — afirmou o delegado, que segue investigando o caso.
Quais são as principais linhas de investigação?
A hipótese trabalhada pela polícia é de que tenha ocorrido uma intoxicação alimentar pela ingestão desse alimento, feito com produtos supostamente vencidos.
A investigação sobre um possível envenenamento também não é descartada pela polícia. Durante a visita dos policiais à residência da boleira, o único veneno encontrado na casa foi um inseticida. Porém, o marido da mulher que teria feito o bolo morreu por intoxicação alimentar em setembro.
Por isso, a polícia busca elucidar se houve um crime neste caso, assim como entender se o episódio foi intencional e se houve algum tipo de envenenamento.
Quais serão os próximos passos da investigação?
Para desvendar o mistério, a Polícia Civil já encaminhou os corpos dos vitimados para necropsia no Instituto-Geral de Perícias (IGP), órgão responsável por atestar a causa da morte. Os alimentos consumidos pela família foram recolhidos e também vão passar por perícia.
— Vamos fazer a perícia nos corpos de todos que morreram e exumar o marido dela para compreender o que aconteceu — contextualizou o delegado, que busca entender se há relação entre os óbitos.
A polícia também deve ouvir pessoas próximas à família para descobrir se havia algum tipo de desentendimento entre os familiares.