Demorou seis dias, mas finalmente o sol deu as caras em Candelária, no Vale do Rio Pardo. O tempo aberto foi a deixa para muitas famílias que tiveram as casas invadidas pelas águas darem início a algum tipo de limpeza, vencendo metros de lama que tomam conta dos imóveis e ruas, onde o desafio é caminhar sem atolar.
Na Prainha, às margens do Rio Pardo, casas desabaram. Moradores relatam o assombro ao perceber, até, uma mudança na configuração do Rio Pardo.
— Parece até o Rio Jacuí, olha a largura dele - disse um morador da Prainha, cuja casa de dois pisos foi invadida pela água, que alcançou 30 centímetros acima do primeiro andar.
Até a última terça-feira (30), a Prainha era um balneário que servia como refúgio de lazer para os candelarienses, com margens formadas por pequenas pedras. Porém, tudo isso mudou. O lodo, as árvores arrancadas e os detritos redesenharam o curso do rio.
Começa obra emergencial em rodovia
O domingo marcou também o início de reconstruções estruturais, como a ponte sobre o arroio Rincão dos Cabrais. Trata-se de uma obra emergencial na altura do quilômetro 155 da RS-287. A via liga Candelária a Novo Cabrais e a Cachoeira do Sul. O tráfego já foi liberado para carros e caminhões na noite deste domingo.
Outro trecho da rodovia, o quilômetro 137, segue sem previsão de obras. Os danos foram mais severos. Com a interrupção, moradores de Candelária não conseguem ir para Vera Cruz ou Santa Cruz do Sul.
Enquanto isso, resta à comunidade utilizar uma ponte improvisada exclusiva para pedestres. O fluxo seguia intenso no local neste domingo, quando foi possível registrar o traslado de um corpo de Santa Cruz do Sul para o lado de Candelária.