A Divisão de Engenharia do Instituto-Geral de Perícias (IGP) deu início ao exame das peças do elevador de carga que despencou do alto de uma construção na segunda-feira (8), em Capão da Canoa, ocasionando a morte de Gabriel Oliveira Júlio Netto, 28 anos. O caso, conforme a Polícia Civil, é investigado preliminarmente como um acidente de trabalho e terá nos laudos periciais os mais relevantes indicativos para a conclusão das apurações.
Foram necessários dois dias para a coleta de elementos relacionados ao trabalho de investigação científica. Segundo o IGP, estão sendo produzidos laudos de avaliação sobre eventuais pontos de corrosão da estrutura, exames sobre os pontos de solda dos metais e análises sobre a manutenção preventiva do equipamento.
A Polícia Civil informou que o inquérito iniciado ainda na segunda-feira, sob responsabilidade da Delegacia de Polícia de Capão da Canoa, será constituído por provas testemunhais e periciais, e destacou que aspectos técnicos sobre o funcionamento do elevador serão preponderantes para as conclusões.
Testemunhas já foram ouvidas. Sem precisar a quantidade de depoimentos que já compunham o inquérito até esta quarta-feira (10), a autoridade policial pontuou que há "oitivas contendo declarações de engenheiros" entre os depoimentos tomados. Imagens registradas por câmeras de videomonitoramento também integram o conteúdo das investigações.
Sepultamento
Gabriel Netto foi sepultado na tarde desta terça-feira (9), em Cruz Alta, no noroeste gaúcho. Ele trabalhava na obra do prédio que está em construção, localizada no encontro da Avenida Flávio Boianovski com a Rua José Milton Lopes, no bairro Zona Nova. O elevador caiu sobre dois carros que estavam em via pública.
Netto recebeu homenagens de familiares e amigos que visitaram a Capela 4 do Asilo Santo Antônio e o acompanharam até o sepultamento, no Cemitério Municipal. Pai de uma menina de seis meses, ele vivia em Capão da Canoa desde 2018.
De acordo com a polícia, a estrutura em construção está sob responsabilidade da PV Incorporadora. Segundo o advogado da empresa, Márcio Aguiar, a empresa dará todo o suporte à família e aguarda a perícia para entender as causas do acidente.
Conforme a Secretaria de Meio Ambiente de Capão da Canoa o projeto havia sido aprovado, estava com o alvará em dia e, por parte da fiscalização do município, todos os procedimentos relacionados à obra estavam licenciados.