A mãe do menino de dois anos que faleceu após ser esquecido em uma van escolar na zona norte de São Paulo relata que o filho chorou ao entrar no veículo para ir à creche na terça-feira (14). De acordo com ela, a criança não queria ir.
— Ele estava bem, mas quando eu fui pôr na perua ele chorou — lembrou Kaliane Rodrigues, segundo o g1.
— É muito difícil saber que eu deixei meu filho na perua pensando que ele estava seguro e fui trabalhar — acrescentou.
Apollo Gabriel Rodrigues foi colocado na van por volta das 7h, mas não foi entregue na creche. Os responsáveis pelo transporte, o casal Flávio Robson Benes (condutor) e Luciana Coelho Graft (auxiliar), encontraram o menino desacordado no penúltimo banco do veículo e o levaram ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli, no Parque Novo Mundo, por volta das 16h20min, já sem vida.
Em depoimento à polícia, o casal admitiu ter esquecido a criança e relatou ter percebido somente após o almoço.
— Sempre que eu chegava, meu filho estava lá. Hoje eu cheguei e meu filho não estava e eu nunca mais vou ver ele — disse Kaliane.
A avó, Luzinete Rodrigues dos Santos, lamentou a morte do neto:
— Quem cuida de criança tem que ter o máximo de responsabilidade.
A polícia supõe que a morte do menino tenha sido causada pelo calor, considerando as altas temperaturas registradas na tarde de terça. A capital paulista chegou a registrar 37ºC. Um laudo irá determinar a causa oficial da morte.
Flávio e Luciana foram presos e enfrentarão a audiência de custódia. A prefeitura de São Paulo lamentou o ocorrido, oferecendo apoio à família e informando que o condutor do Transporte Escolar Gratuito foi descredenciado, com um processo administrativo em curso para apurar a conduta.