Ficou marcada para segunda-feira (19) a primeira reunião entre os governos federal e estadual para a construção de medidas que amenizem os danos gerados pelo ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul na quinta (15) e sexta-feira (16). O anúncio foi feito neste sábado (17), durante coletiva realizada em São Leopoldo com a presença de uma comitiva de ministros do presidente Lula, do governador Eduardo Leite e do prefeito Ary José Vanazzi.
De acordo com o Palácio Piratini, o objetivo do encontro é acelerar a liberação de recursos federais e outros apoios à população e municípios afetados.
O governador informou posteriormente que, também na segunda-feira, será realizada outra reunião entre os órgãos de Defesa Civil e prefeituras, "para discutir os planos de trabalho no socorro às vítimas e rescaldo dos danos da tragédia".
Entre as medidas a serem tomadas pelo governo estadual, Leite adiantou que será criado um plano de trabalho com o governo federal que permita a reconstrução de estruturas de pontes e estradas que ficaram danificadas.
O governador também mencionou a necessidade de identificar as famílias em situação de vulnerabilidade social em decorrência das chuvas. A ideia é que, por meio do Cartão Cidadão ou do Bolsa Família, seja criado um programa de apoio financeiro mais rápido.
— Agora é o momento de a gente coordenar esforços. Não tem cidadão municipal, estadual ou federal, o cidadão é o mesmo e a gente tem de coordenar os esforços entre os poderes para poder cuidar das vidas — salientou Leite.
Como ações imediatas, Leite citou a análise que está sendo feita pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e pela Secretaria de Logística e Transporte para “o mais rápido possível dar soluções emergenciais que permitam a passagem nessas localidades”. Há localidades ilhadas em razão das chuvas.
Também mencionou escolas e equipamentos públicos afetados, afirmando que terão prioridade “para que as crianças não fiquem sem aula nos próximos dias”.
Por parte do governo federal, os ministros Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação) se colocaram à disposição para acelerar ações que reduzam os danos. Eles enfatizaram ainda que os recursos serão liberados mediante planos de trabalho apresentados pelas prefeituras e pelo governo do Estado. E, por isso, partir de domingo equipes técnicas da Defesa Civil estarão no Estado para ajudar municípios a elaborar os planos.
— Não podemos ficar esperando cinco, 10 ou 20 planos de trabalho para agir. Os recursos serão disponibilizados para cada plano de trabalho — esclareceu Góes.
No âmbito da assistência social, o secretário Nacional de Assistência Social, André Quintão, colocou o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, do qual faz parte, à disposição para eventuais repasses financeiros. Ele citou como possibilidades o auxílio para a manutenção de alojamentos coletivos ou individuais provisórios, a ampliação da equipe técnica e a aquisição de materiais de higiene e alimentos. Para isso, o município precisa declarar situação de emergência e procurar a pasta.
O secretário anunciou ainda a doação de cestas básicas aos afetados e a reprogramação da utilização de recursos paralisados que estão nos municípios e Estados que não foram utilizados para remediar os efeitos da pandemia. Ou seja, os municípios poderão acessar esse recurso financeiro.
— Nenhuma família nesse momento pode ficar sem acolhimento adequado, alimentação adequada — afirmou Quintão.