Um grupo de doadores de sangue de Guaíba realizou ato em homenagem à jovem Mariana Canofe Marques, vítima de feminicídio no fim do ano passado. Com a mobilização de 60 doadoras, a ação da campanha Sangue de Mulher, do grupo Amor nas Veias, leva o nome de Mariana neste sábado (25). Uma unidade móvel do Hemocentro do Rio Grande do Sul foi até o Hospital Regional de Guaíba para realizar a coleta.
Uma das apoiadoras do evento e representante da Procuradoria da Mulher da Câmara Municipal de Guaíba, a vereadora Carla Vargas afirma que, além de auxiliar na reposição de estoque de sangue, a ação também visa auxiliar as mulheres em situação de violência doméstica:
— São todas doadoras mulheres em homenagem a Marina. É uma forma de chamar a atenção das outras mulheres, para reforçar que elas não estão sozinhas e tem que pedir ajuda.
O Amor nas Veias foi fundado em 2021 após iniciativa do morador Beto Silva, que reunia vizinhos e conhecidos para doação de sangue. Até hoje, o grupo soma 825 doações, segundo os organizadores.
Na manhã deste sábado, familiares de Mariana visitaram o ponto de doações, entre eles a mãe dela, Viviane Canofe Silva, 43 anos, o pai e a avó. Viviane afirma que a família ficou emocionada no local, destacando que a filha segue ajudando outras pessoas:
— Ela queria ser doadora de órgãos. Como teve uma morte trágica, não teve condições de realizar isso. E a gente ficou muito feliz quando ficou sabendo dessa campanha de doação de sangue e que carrega o nome dela. Ela era e continua sendo um anjo, salvando vidas.
Como a unidade móvel tem limitação para número de atendimentos, o evento deste sábado contou com a doação apenas de pessoas inscritas. Mesmo assim, organizadores anotaram dados de interessados em participar das próximas ações.
Nome de rua
Em 14 de março, um projeto de lei aprovado por unanimidade na Câmara Municipal de Guaíba muda o nome da Rua Cinco, onde Mariana morou, para Rua Mariana Canofe Marques. Além de homenagear a vítima, a ação tem intuito, de alertar para os casos de violência contra as mulheres e evitar novos casos de feminicídio.
