Com quatro meses de atraso, o governo do Rio Grande do Sul assinou os contratos com os vencedores do concurso de arquitetura do programa Iconicidades. Concebido para transformar espaços públicos históricos em locais de estímulo à economia criativa, a iniciativa prevê realização de obras em Pelotas, Rio Grande, Santa Maria, Cachoeirinha e São Leopoldo (veja quadro).
A partir de agora, as equipes contratadas irão desenvolver os projetos executivos e complementares para cada intervenção. Após concluídos e aprovados pelo Estado, os projetos serão repassados às prefeituras para começo das obras.
Caberá a cada município pagar pela reforma dos prédios e assumir gestão dos empreendimentos. Como incentivo, Estado irá disponibilizar linhas de financiamento pré-aprovadas no valor de até R$ 5 milhões junto ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), valor máximo estipulado para o custo de cada obra.
No total, o Piratini irá desembolsar R$ 3,2 milhões para o desenvolvimento dos projetos, em contratos que variam de R$ 580 mil a R$ 749 mil, conforme o município. O Estado distribuiu ainda R$ 225 mil em premiação aos vencedores do concurso – os três primeiros colocados em cada cidade recebem R$ 20 mil, R$ 15 mil e R$ 10 mil, respectivamente.
O Iconicidades foi lançado em 2021 pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão. Na primeira etapa, foram escolhidos os cinco municípios contemplados com a revitalização prédios históricos. O objetivo da iniciativa é recuperar cada espaço, aliando cultura, tradição e empreendedorismo no novo uso dos imóveis.
— O conceito, desde o início, é identificar locais nos municípios que possam criar potencial de desenvolvimento, juntar as pessoas, criar e colaborar. Buscamos esse sentido, de tornar as cidades mais inovadoras, criativas e empreendedoras — resumiu à época o secretário de Planejamento, Governança e Gestão, Cláudio Gastal.
No total, 60 projetos disputaram os concursos. A antiga sede do Banco do Brasil, em Pelotas, o complexo Casa da Feitoria/Museu do Imigrante, em São Leopoldo, e o Clube dos Ferroviários, em Santa Maria, foram os mais disputados, com 14 propostas cada.
Segundo a Secretaria de Planejamento, o atraso na assinatura dos contratos ocorreu devido aos diversos requerimentos e normas que precisam ser observados em cada projeto. “O Estado precisou ser diligente no processo, visto que os projetos completos serão repassados aos municípios, que ficam responsáveis por executar as obras e implantar as iniciativas”, justificou a pasta em nota.
Os vencedores
Cachoeirinha
- Vencedor: Troyano Arquitetura e Arte
- Proposta: revitalizar o entorno do Complexo Cultural Casa de Cultura, aliando rua coberta e a praça de ecoturismo num ecossistema voltado à cultura, arte, educação e gastronomia.
- Valor do contrato: R$ 580.389,00
Pelotas
- Vencedor: Hiperstudio Arquitetura e Urbanismo
- Proposta: transformar a antiga sede do Banco do Brasil em uma escola de gastronomia do Senac, sem abdicar do fomento ao turismo e à preservação do patrimônio histórico.
- Valor do contrato: R$ 749.199,54
Rio Grande
- Vencedor: Estúdio 41 Arquitetura
- Proposta: montar um complexo turístico nos Molhes da Barra, fomentando ecossistema criativo que envolva preservação ambiental e estímulo à economia das comunidades locais.
- Valor do contrato: R$ 690.752,61
Santa Maria
- Vencedor: Tempo Arquitetos
- Proposta: transformar o Clube dos Ferroviários, um prédio de dois andares em estilo art déco, numa incubadora voltada ao empreendedorismo criativo e coworking.
- Valor do contrato: R$ 639.743,88
São Leopoldo
- Vencedor: SOLSS Arquitetura
- Proposta: revitalizar a Casa da Feitoria/Museu do Imigrante, preparando o espaço para as comemorações dos 200 anos da imigração alemã, em 2024.
- Valor do contrato: R$ 607.321,14