A forte chuva que caiu no RS na tarde deste domingo (4) causou estragos em diversas regiões. Além do Vale do Rio Pardo, onde ocorreram destelhamentos e quedas de postes, cidades do Vale do Sinos também foram castigadas pelo temporal. Pelo menos três municípios registraram alagamentos e dois precisarão fechar serviços essenciais como um posto de saúde e uma escola.
Em Novo Hamburgo, choveu 70 milímetros em apenas uma hora, entre 14h30min e 15h30min, segundo a Defesa Civil do município. Com o transbordamento do Arroio Pampa e extravasamento do esgoto pluvial, parte da Rua Bruno Werner Stork foi invadida, além de parte das vilas Getúlio Vargas e Kipling, alagando casas no bairro Canudos.
Segundo balanço da Defesa Civil, as águas invadiram 150 casas nessas localidades, onde foi necessário o uso de barco para resgatar algumas famílias de suas casas. Moradores afetados começaram a retornar para suas casas no final da tarde e início da noite deste domingo, conforme o nível das águas baixou.
— Foi muita chuva em tão pouco tempo — disse o coordenador da Defesa Civil, tenente Claudiomiro Fonseca.
As águas também invadiram a Unidade de Saúde da Família (USF) da Vila Getúlio Vargas, que não poderá abrir nesta segunda-feira (5). Em nota, a Secretaria Municipal de Obras Públicas enfatiza que "realiza sistematicamente a limpeza dos arroios ao longo do ano para minimizar as chances de transbordamento".
Escola e prefeitura atingidas
Em Campo Bom, houve alagamentos, destelhamentos e quedas de muros. De acordo com o prefeito Luciano Orsi, as águas invadiram a Escola de Educação Infantil (Emei) Cebolinha, no bairro Santo Antônio, onde até a merenda foi atingida, e não deve abrir nesta segunda-feira. A assessoria de comunicação da prefeitura diz que os pais dos alunos já foram avisados que as crianças deverão ser levadas para a Emei Santo Antônio, nesta segunda-feira.
As escolas Duque de Caxias e Marco Silvano Vieira também foram atingidas, mas não houve necessidade de mudança no local das aulas. Segundo o prefeito, a farmácia municipal, que fica junto ao centro administrativo, também foi alcançada pela água.
Os bairros mais atingidos por destelhamentos foram os mais elevados, como Santa Luz, Santo Antônio, Quatro Colônias e Jardim do Sol. Já os alagamentos atingiram as partes mais baixas da cidade, como o bairro Operária e o Centro. O Arroio Schmidt também transbordou em algumas localidades.
A prefeitura e a Defesa Civil trabalham para auxiliar as pessoas que tiveram suas casas destelhadas. Conforme o prefeito, foi preciso interditar a ponte da Rua Presidente João Goulart, sobre o Arroio Schmidt, que liga o bairro 25 de Julho ao Barrinha, após o deslizamento do barranco que fica na lateral da travessia. Até mesmo a casa do prefeito foi atingida.
— Eu mesmo tive que tirar baldes com água de dentro do apartamento porque começou a entrar água pela sacada. Realmente, tivemos muitos estragos, mas somente danos materiais. Foi muito volume de chuva em pouco tempo — disse.
Em São Leopoldo, foram registrados alagamentos em ruas do loteamento São Geraldo, no bairro Feitoria. As ruas mais afetadas foram Carlos Bier, José Schuck, Pottenstein, Frederico Meyer, Barreto Lima e Otto Daudt. Equipes da Defesa Civil, da subprefeitura da Zona Leste (Seleste) e do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) se deslocaram para os locais para atender a população.
Também houve registro de alagamentos em Sapiranga, onde os bairros mais atingidos foram Oeste, São Luiz, Vila Irma e Voo Livre. O volume da chuva entupiu bueiros e provocou alagamentos em residências e estabelecimentos comerciais da cidade. Não há desabrigados nem destelhamentos conforme apuração da Defesa Civil.