Em meio à consternação pela morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, homem negro espancado na porta de uma loja do supermercado Carrefour, no bairro Passo D'Areia, na zona norte de Porto Alegre, o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) formou 84 novos soldados na manhã desta sexta-feira (20). Com a presença do governador Eduardo Leite, a cerimônia festiva, realizada no Ginásio Gigantinho, também foi marcada por discursos sobre a importância do Dia da Consciência Negra e por manifestações de solidariedade aos familiares de João Alberto.
De acordo com o governo gaúcho, os novos soldados irão reforçar os batalhões de 27 cidades, incluindo Porto Alegre, São Leopoldo, Rio Grande, Caxias do Sul, Passo Fundo e Canoas. Entre os critérios para lotação estão a manutenção de um efetivo mínimo de 20 bombeiros militares por batalhão, além de reforço operacional e na prevenção de incêndios em grandes centros, como Porto Alegre e Canoas.
— Para não deixar abrir defasagem, programamos reposições todos os anos. Estamos trabalhando para oferecer a melhor estrutura física, material, de equipamentos e viaturas para o atendimento das funções do Corpo de Bombeiros — afirmou o governador.
A turma de novos soldados integra o cronograma de reposição responsável de efetivo da Segurança Pública e Administração Penitenciária, lançado pelo governo do Estado em novembro de 2019. Ainda estão previstos dois chamamentos em 2021 para o cargo de soldado do CBMRS, totalizando as 301 vagas abertas.
Conforme o Corpo de Bombeiros, o edital de chamamento foi publicado em fevereiro deste ano. Os trâmites que antecedem o início do curso, porém, foram paralisados em 19 de março, como medida de prevenção contra a disseminação do coronavírus. Os alunos-soldados foram convocados para ingressar no curso de formação em abril, quando já estavam estabelecidos todos os protocolos sanitários para manter o cronograma de chamamento com segurança, evitando o contágio pela covid-19.
Para o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel César Eduardo Bonfanti, mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, foi possível melhorar, de forma significativa, as condições de trabalho.
— Com a aquisição de equipamentos de salvamento, viaturas de combate a incêndio, equipamentos de proteção individual e respiratória. São investimentos que garantem que, até o final do ano, teremos a maior e melhor frota de combate a incêndios da história da Capital. Na área de prevenção, conseguimos reduzir os prazos para fornecimento de alvará de proteção contra incêndio a números nunca alcançados, com prazo máximo de 20 dias — ressalta.