Prefeitos celebram o projeto de duplicação da RS-287, entre Tabaí e Santa Maria, mas demonstram preocupação com o impacto das tarifas de pedágio ao longo da rodovia. Neste momento, o governo do Estado ajusta os últimos detalhes do edital de concessão da estrada à iniciativa privada, conforme informou o colunista Jocimar Farina, de GaúchaZH.
A proposta prevê a duplicação de trecho de 204 quilômetros, com cinco pedágios. A tarifa para carros pode chegar, no máximo, a R$ 7,40, conforme o desenho do edital. A publicação está prevista para meados de setembro.
O prefeito de Tupanciretã e presidente da Associação dos Municípios do Centro do Estado (Amcentro), Carlos Augusto Brum de Souza, lembra que a duplicação da rodovia é uma demanda histórica na região. Hoje, queixas sobre as condições da estrada são rotineiras. Contudo, Souza menciona que R$ 7,40 seria um valor "pesado" para o bolso dos motoristas. Por isso, espera uma redução na tarifa até o final do processo.
– A concessão é importante, já que a rodovia apresenta dificuldade de trafegabilidade. Mas é preciso ter calma para avaliar a questão dos pedágios – afirma o prefeito. – O valor de R$ 7,40 é alto para quem trafega diariamente – completa.
A expectativa do governo estadual é de que o leilão de concessão, estimado para dezembro, pressione a tarifa para baixo. Isso ocorreu, por exemplo, quando o grupo CCR venceu disputa para administrar no Estado as BRs 101, 290 (freeway), 386 e 448 (Rodovia do Parque). O governo espera que a tarifa da RS-287 caia pelo menos 20%, o que poderia reduzi-la para menos de R$ 6.
Titular da Secretaria Extraordinária de Parcerias do governo gaúcho, Bruno Vanuzzi relata que o modelo foi desenhado para ter um "bom desconto" após a disputa entre grupos privados. Ele menciona que condições macroeconômicas como a taxa básica de juro na mínima histórica podem favorecer o interesse de empresas pela concessão.
– A Selic está em baixa, o que beneficia financiamentos de longo prazo – diz.
Sem alterações no valor de R$ 7,40, os motoristas teriam de desembolsar R$ 83,20, somando ida e volta, no deslocamento entre Porto Alegre e Santa Maria. O cálculo leva em conta os cinco pedágios na RS-287, além de uma praça já existente na BR-386, em Montenegro.
À frente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp), o prefeito de Candelária, Paulo Butzge, também apoia o projeto de duplicação desenhado pelo Piratini. Entretanto, acredita que o número de pedágios, assim como o valor da tarifa, deveria ser menor.
– Defendemos uma rodovia com mais qualidade e apoiamos a duplicação. Mas entendemos que a quantidade de praças deveria ser revista. O valor de R$ 7,40, nos dois sentidos, ficaria muito caro – pontua Butzge.
Hoje, existem dois pedágios na RS-287, em Venâncio Aires e Candelária. A rodovia é administrada pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Devido às atuais condições, grupos políticos e empresariais se mobilizam em prol da duplicação.