A prefeitura de Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, completa nesta quarta-feira (6) quatro meses do decreto de situação de emergência em razão da estiagem. Até o momento, o município não precisou realizar racionamento de água e a chuva das últimas semanas postergaram qualquer mudança no abastecimento. No entanto, os prejuízos na agricultura são estimados em mais de R$ 100 milhões.
O prefeito Giovane Wickert destaca que somente a safra de milho registrou perda de dois terços em relação ao previsto para colheita. Ele afirmou ainda que a recuperação, tanto da prefeitura quanto dos produtores, será lenta.
— A estimativa é que a cidade vai demorar cerca de dois anos para se recuperar dos efeitos da estiagem. Com as perdas das safras, há uma redução significativa da arrecadação de impostos. Além disso, os nossos produtores acabam deixando de realizar investimentos e novas aquisições de maquinário para a colheita — ressalta Wickert.
Em relação ao abastecimento de água, a prefeitura vem utilizando o Arroio Castelhano como principal fonte — 70% da água que chega aos moradores vem do local. Uma pequena barragem foi construída nos últimos meses após as bombas da Corsan terem dificuldade de realizar a coleta pelo avanço da estiagem. Além disso, a prefeitura utiliza de caminhões-pipa para abastecer os reservatórios e caixas d'água para quem não é abastecido pela companhia estadual.
O decreto de emergência de Venâncio Aires já foi homologado pelo governo do Estado e reconhecido pela União. Até o momento, a Defesa Civil estadual prestou auxílio com o envio de 20 caixas d'água. De parte do governo federal, não há previsão de envio de recursos.
No Rio Grande do Sul, 355 municípios decretaram situação de emergência pela estiagem. Desses, 262 foram homologados pelo governo do Estado e 219 reconhecidos pela União.