Nascida em 1924, Bela Almeida dos Santos conseguiu a sua primeira carteira de identidade no ano de 2020. Aos 95 anos de idade e com ajuda da família, a moradora de Rio Grande, no sul do Estado, aproveitou o mutirão oferecido pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) no município: fez o cadastro, carimbou as digitais e agora tem o documento em mãos.
A filha de Bela, Naureci Almeida dos Santos, 63 anos, explica que o documento vinha sendo cobrado nos últimos anos, para realizar a prova de vida e garantir a pensão da idosa junto aos bancos.
— O único documento que ela tinha era uma carteira de trabalho feita em 1970, que já está velho, com foto em preto e branco, sem cor. Não sei como ela conseguiu tirar, não sei como era na época, porque identidade ela não tinha. Agora ela tem um documento direitinho, fica tudo oficial — conta Naureci.
Natural de Piratini, a viúva mudou-se para Rio Grande em 1974 e teve 10 filhos. Para tirar a identidade, a família precisou antes solicitar a certidão de nascimento de Bela.
— Como ela sempre foi dona de casa e nunca trabalhou fora, acho que não precisava dos documentos com frequência. Quando precisava, aceitavam o (documento) que ela tinha, então acabou sempre deixando para depois.
No próximo dia 29 de abril, Bela completa 96 anos. Com problemas para se deslocar, ela passa a maior parte do tempo de repouso, mas caminha pela casa e gosta de conversar, segundo a filha.
— Por causa da idade, ela tem algumas crises de memória às vezes. Esquece o presente, lembra o passado. Tem dias que consegue lembrar histórias que viveu quando tinha oito anos, com detalhes, é fascinante.
Segundo o IGP, 7.588 carteiras de identidade foram confeccionadas em durante a ação, realizada em cinco postos do instituto, nos municípios de Capão da Canoa, Torres, Cassino, Tramandaí e Osório. O mutirão foi iniciado em 21 de dezembro e encerrado na segunda-feira (2).