As prefeituras de Alegrete e de Uruguaiana decretaram situação de emergência após os temporais que provocaram estragos na madrugada desta quarta-feira (9) na Fronteira Oeste. Nas últimas horas, a chuva forte atingiu também cidades da Campanha, como Bagé, onde o acumulado de chuva chegou a 70 milímetros.
O município mais afetado, no entanto, foi Alegrete, de acordo com a Defesa Civil Regional da Fronteira Oeste. O prefeito Márcio Amaral decretou situação de emergência na cidade, onde quatro famílias precisaram sair de casa e foram levadas para o Ginásio Municipal Osvaldo Aranha.
Houve enxurrada e vento forte, provocando alagamento em residências e destelhamento de casas. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Alegrete precisou ser fechada, mas o local foi limpo e deve voltar a atender normalmente ao longo do dia.
O município irá solicitar ao governo do Estado lonas para auxiliar famílias que tiveram as moradias danificadas, de acordo com o sargento Roberto Rodrigues, da Defesa Civil Regional. A situação é de alerta, já que o nível do Rio Ibirapuitã já estava em nove metros nesta manhã. O número de famílias afetadas poderá aumentar nas próximas horas caso o nível continue a subir.
Já o prefeito de Uruguaiana, Ronnie Peterson Colpo Mello, também decreta situação de emergência nesta quarta-feira. Foram quase 200 milímetros de chuva na cidade nas últimas 48 horas, mais do que a média mensal.
— Estamos finalizando o processo de análise dos dados oficiais e o decreto de situação de emergência ocorrerá hoje. Esta noite, e por isso os alagamentos, a chuva se concentrou em poucas horas. Em duas ou três horas, choveu mais de 100 milímetros. Esse foi o maior dos problemas. A madrugada de hoje foi surpreendente, eu nunca tinha visto algo semelhante nos últimos anos na cidade — disse, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Árvores ficaram caídas e houve alagamentos no perímetro central e também nos bairros e vilas da cidade. Uruguaiana também já registra famílias desabrigadas, mas o número ainda não foi contabilizado.
O principal pedido do prefeito é de maquinário para desobstruir valas e galerias que não deram vazão à água da chuva por causa do acúmulo de lixo.
Em Bagé, segundo a Defesa Civil, houve casos de alagamento em residências pelo volume de chuva em pouco tempo. Um muro caiu e uma casa foi destelhada, mas ninguém ficou ferido.
Falta de luz
A RGE informou nesta manhã que as equipes já iniciaram a recomposição da rede para restabelecer a energia aos 46 mil clientes que estão sem luz em toda a área de concessão da empresa. Deste total, 23 mil estão na Fronteira Oeste.
A CEEE afirma ter somente pontos isolados sem luz.