Cones em frente a bombas de combustíveis e frentistas reunidos em rodas de conversas indicavam que algo fugia à normalidade em Porto Alegre. Assim como na greve dos caminhoneiros, em maio, faltou gasolina em diversos postos da Capital mesta segunda-feira (3) por conta da procura excessiva registrada na noite anterior. A corrida aos postos foi motivada por boato de que o setor de transporte estaria prestes a iniciar uma nova mobilização.
Assim, o estoque que deveria durar ao menos até a noite desta segunda-feira (3) se desfez muito antes. Filas que dobravam quarteirões foram verificadas no domingo. Na manhã desta segunda, dos 23 postos visitados pela reportagem de GaúchaZH em bairros das zonas norte e leste de Porto Alegre, 13 estavam com os estoques vazios. Todos, porém, seriam reabastecidos ainda hoje.
— O pessoal enlouqueceu com a história de que faltaria gasolina. O caminhão chega hoje (segunda) de tarde, mas a gasolina terminou ontem (domingo) por causa da procura bem acima do normal. Vendemos três vezes mais — explicou um frentista, que não quis se identificar.
Gerente de um posto na Avenida Ipiranga, Caio Mello avisava dois clientes que chegavam para encher o tanque às 11h que a gasolina comum havia terminado há poucos minutos, mas que à tarde um caminhão-tanque iria encostar para reabastecer os reservatórios.
— Como muitos postos estão sem gasolina, é possível que atrase um pouco a carga que está por chegar aqui. Mas não há nada de paralisação. É só por causa da demanda de domingo mesmo— esclareceu Mello.
O Sulpetro, sindicato que representa os postos de combustíveis no Rio Grande do Sul, informou em nota que o abastecimento nos postos de combustíveis encontra-se dentro da normalidade. A entidade destaca que "ocorreu uma procura maior pelo abastecimento de combustíveis neste domingo devido às fake news diante de uma possível greve dos caminhoneiros, mas que não há falta de produto nos estabelecimentos". E que "se algum posto ficou sem combustível neste final de semana, é porque os postos não recebem carregamento aos domingos".
Os rumores começaram após o compartilhamento de uma nota atribuída ao grupo de WhatsApp União dos Caminhoneiros do Brasil sobre o início de uma nova paralisação depois do feriado de 7 de setembro. Em resposta, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciou, na noite de sábado (1º), o reajuste na tabela do frete.