Duas testemunhas de defesa de uma empresa foram presas em flagrante por mentirem durante uma audiência na Justiça do Trabalho de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, na terça-feira (8). As informações são da Tribuna do Paraná.
Segundo o juiz Marlos Augusto Melek, a dupla é suspeita de praticar falso testemunho. Durante a audiência, ele exibiu um áudio, que foi juntado ao processo a pedido do empregado que entrou com a ação, que contrariou a versão dada pelas testemunhas sobre a rotina de pagamento de horas extras e comissões aos funcionários.
O magistrado aguardou a chegada de agentes da Polícia Federal para encaminhar as testemunhas para a sede da PF, em Curitiba, para dar andamento ao processo. Elas foram liberadas horas depois.
A decisão, segundo o jornal paranaense, reflete uma mudança de pensamento da Justiça após as alterações da reforma trabalhista, das quais o próprio Melek foi um dos redatores.
Nos autos, o juiz reconheceu que a prisão em flagrante foi "uma medida extrema", mas que fora necessária. "É certo que essas testemunhas vêm reiteradamente mentindo em inúmeros processos, violando toda a sorte possível na legislação trabalhista, penal e adjetiva, causando prejuízo sem precedentes à correta prestação jurisdicional, sendo que dezenas de processos poderão ser revistos em Ação Rescisória, pela ausência de lisura da prova produzida", escreveu ele.
Procurada pela Tribuna do Paraná, a empresa envolvida no processo — cujo nome não foi divulgado pela reportagem do jornal — declarou, por meio de seu advogado, que não vai se pronunciar sobre o caso e que a questão voltará a ser discutida apenas no âmbito do processo.