Das sete Unidades de Pronto-Atendimento (Upas) que estavam em construção em janeiro deste ano, última vez em que o Diário Gaúcho verificou o andamento das obras das estruturas de atendimento de urgência e emergência nas cidades da Região Metropolitana, apenas uma foi inaugurada no período de oito meses: Gravataí, que ganhou sua primeira unidade em fevereiro. Quatro promessas foram mais uma vez adiadas – em Alvorada, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e a segunda Upa de Gravataí – e, o que é pior: duas cidades – Guaíba e Esteio – poderão ficar sem suas unidades por desistência das prefeituras.
Em Guaíba, a prefeitura conclui o trâmite burocrático solicitado pelo Ministério da Saúde para devolver R$ 1,4 milhão usados na obra do prédio que fica ao lado do atual Pronto-Atendimento. A empresa que construiu 50% do prédio não cumpriu o cronograma, o contrato foi rescindido e foi aplicada multa. A obra está parada desde 2015. Com a posse do prédio, a meta é abrir um centro de especialidades até 2020.
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Embora seja uma decisão que a prefeitura já admitia desde janeiro – reforçando que o PA é suficiente para atender os serviços de urgência e emergência da cidade –, a desistência da obra surpreende moradores que ainda enxergam a necessidade de uma estrutura maior que a atual.
Para a dona de casa Jane Luisa da Silva, 52 anos, o serviço precisa melhorar. Com dores na cintura, chegou às 9h de ontem no PA e saiu às 15h. Sem medicamento e sem pedidos de exames:
– Aqui está sempre cheio, corredores cheios e só tem um médico. Com essa Upa em construção, a gente tinha esperança que ia melhorar. Precisamos de mais médicos, mais funcionários para nos atender. Cheguei e não tinha nem copo para tomar água.
Urgência e emergência
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