A Escola Estadual José Generosi, em Forqueta, é o melhor exemplo de que cruzar os braços e esperar as ações do poder público podem não ser as melhores opções. Depois de uma ampla mobilização da comunidade, que tomou fôlego no início do ano passado, a instituição que abriga 450 alunos do ensino fundamental a médio, foi reformada e será entregue com celebração hoje à tarde, às 16h30min. As vidraças reconstruídas, as paredes pintadas, as salas de aula limpas e os corredores coloridos são a nova realidade da escola, que ganhou essa nova cara graças a uma rede solidária que envolveu mais de 80 pessoas.
A partir do próximo semestre - já que as férias de inverno começaram hoje - os estudantes poderão usufruir de um espaço que, desde 2013, estava interditado depois que um temporal atingiu parte do prédio. Além de uma quadra de esportes reformulada, a escola septuagenária agora volta a ter laboratório de informática e um refeitório. Esse último, uma conquista que faz com que a diretora, Suzana de Barros, encha os olhos de lágrimas:
– Quando cheguei aqui, em 2010, os alunos faziam as refeições de pé nos corredores. Depois passamos para um lugar onde tinha uma cantina, mas eles seguiam em pé, mal acomodados. Não acredito que agora eles ficarão sentadinhos, se alimentarão de forma correta.
Confira como era e como ficou:
A vontade de Suzana de mudar aquele cenário veio de encontro com o sonho da ex-aluna da escola Denise Bampi, que, ao visitar a instituição em novembro de 2015, ficou apavorada com o que viu. Logo as duas se encontraram e começaram a construir a história de sucesso que começa a ser vivida na José Generosi a partir de hoje.
– Não queria que a história que vivi aqui dentro acabasse dessa forma. Essa é a única escola de Forqueta, todos têm alguma ligação ou conhecem alguém que já tenha passado por essas salas. Recebemos muita ajuda, muita gente ajudou a reerguer a escola – comemora Denise.
A nova cara da instituição estadual, que há uma década é motivo de manchetes negativas por interdições, já começou a render frutos e elogios: pais que tinham retirado os filhos da escola em função da estrutura precária voltaram a procurar a direção em busca de uma nova vaga. Professores que também não se sentiam à vontade no ambiente escolar e pediram transferência, hoje sinalizam vontade de voltar para dar aula em Forqueta.
– Os estragos, que eram muitos, chegaram a ameaçar o fechamento da escola há alguns anos. Ver ela assim agora é incrível. Quando iniciamos o mutirão, muitos diziam que os consertos eram obrigação do Estado. Mas sabemos que hoje não dá para pensar assim: o negócio é arregaçar as mangas e cada um fazer a sua parte – acredita Denise.