A experiência dos terminais portuários de Itajaí na movimentação de embarcações teria sido determinante na escolha da cidade para o envio do iate Why Not ("Por que não"), de Joesley Batista, para os Estados Unidos. A embarcação foi içada a um navio no terminal Teporti, que integra o Complexo Portuário do Itajaí, e dali seguiu para Miami no dia 8 de maio _ dois dias antes do término da delação da JBS.
O barco ficava ancorado em Angra dos Reis (RJ), e durante os quase dois meses em que permaneceu na Marina Itajaí, para o processo de envio para o exterior, não foi usado nenhuma vez. Junto com o iate de luxo de Joesley, avaliado em US$ 10 milhões, viajaram outras duas embarcações do mesmo padrão, com mais de 80 pés. A propriedade dos outros barcos não foi confirmada.
A exportação de embarcações ocorre com relativa frequência em Itajaí. O know how vem de regatas internacionais como a francesa Jacques Vabre, quando mais de 50 veleiros foram enviados de volta à Europa a bordo de navios.
Os estaleiros locais também trabalham com exportações _ é o caso da italiana Azimut, que envia iates para o mercado norte-americano a partir de Itajaí. O iate de Joesley, aliás, é um Azimut Leonardo 100, um barco de 98 pés, 30 metros de comprimento e três andares, fabricado na Itália. Embora a Azimut tenha produção nacional, em Itajaí, o maior barco no portfólio do estaleiro local é de 93 pés, em fase de produção.
A embarcação tem três andares e pode receber até 25 pessoas de uma só vez. São quatro quartos, cozinha, sala de jantar integrada com deck e terraço com hidromassagem. Segundo informação do portal Luxo, do IG, Joesley pagou R$ 20 milhões pelo iate em 2013.
Delação
Dono da JBS usou Itajaí como entreposto para envio de iate aos EUA
Embarcação ficou dois meses sem uso enquanto aguardava exportação
Dagmara Spautz
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