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O secretário estadual de Segurança Pública, Cezar Schirmer, estará em Caxias do Sul nesta segunda-feira e será sabatinado na reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC). Mais do que responder (novamente) sobre o histórico problema da falta de policiais, Schirmer ouvirá os descontentamentos com relação ao avanço da violência.
A queixa das lideranças da Serra é que, apesar da elevada contribuição para o Estado, principalmente em impostos, a região não recebe devida atenção e a contrapartida por estar distante do Palácio Piratini. Empresários, inclusive, prepararam um estudo para apontar que Caxias do Sul possui um brigadiano para cada 1.256 moradores, proporção que é superior ao constatado em Pelotas e Santa Maria, por exemplo.
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Na prática, há um consenso de que nenhum investimento ou mobilização foi destinado à Serra, além do próprio esforço de integrantes da Brigada Militar (BM), da Polícia Civil e do Instituto Geral de Perícias caxienses.
Oficialmente, o Estado afirma que prioriza investimentos em cidades com maior incidência criminal, caso de Caxias do Sul. Em nove indicadores elaborados pela secretaria de Schirmer, o município aparece entre os três piores em oito áreas.
Em outubro, após a cidade alcançar 120 mortes – em 2016, foram 150 assassinatos ao todo –, o secretário garantiu ao Pioneiro que a BM estudava o envio de homens à Serra, numa extensão da Operação Avante, "possivelmente em breve". O que de fato ocorreu, dois meses depois, foi o retorno de 16 brigadianos de Caxias do Sul que reforçavam a segurança na Região Metropolitana desde abril daquele ano. Ou seja, no ano mais violento de sua história, o município cedeu um terço de sua Companhia de Operações Especiais (COE) para Porto Alegre.
As questões que estão no ar
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