A queda no número de passageiros associado à defasagem tarifária são os principais responsáveis pelo prejuízo de R$ 4,36 milhões esperado pela Visate em 2016. Os número foram apresentados em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (14) na sede da empresa.
A baixa no número de passageiros que pagam a tarifa apresenta redução de 16,08% de janeiro a novembro deste ano em relação ao número total do ano passado. De 2011 a 2015, a baixa já havia sido de 13,95%. Ao mesmo tempo, a participação das gratuidades no transporte coletivo seguem em elevação. Em 2011 foram realizadas 12.718.336 viagens gratuitas, enquanto de janeiro a novembro deste ano já foram 13.585.818. O número mais recente é pouco menor se comparado a todo o ano de 2015. Atualmente, a cada 10 passageiros, três não pagam.
"Hoje, se tirassem todas as gratuidades, talvez a tarifa fosse R$ 2,40 ou R$ 2,50", avalia Gustavo Marques dos Santos, diretor administrativo e financeiro da Visate.
Segundo a empresa, atualmente o quilômetro rodado custa R$ 6 e a média de passageiros é de 1,5 passageiro pagante por quilômetro.
Parte da queda da receita é resultado do início das operações do SIM Caxias, que integrou as tarifas das linhas que passam pelas estações de transbordo. A expectativa, no entanto, era que a redução fosse compensada pelo aumento no número de passageiros, o que não se confirmou. Ainda assim, a empresa acredita ter sido um momento para implementar o sistema por ele ser mais atrativo para o usuário.
Com o cenário de dificuldades, associado à inflação alta de 2015 e 2016, a tendência é de um aumento considerável na tarifa para o próximo ano. O valor será calculado em janeiro pela prefeitura.
"A Visate não indica tarifa para o poder público, mas o cálculo vai refletir a inflação de 2015, o prejuízo e custo de pessoal", revela o superintendente Fernando Ribeiro.
Atualmente, a maior parte da tarifa é composta por custo de pessoal (55,19%), seguido de custos de rodagem, como combustível, pneus e peças (25,58%). O restante representa a depreciação da frota, imposto e taxas, despesas gerais e remuneração do capital investido (veja abaixo).
FUTURA ADMINISTRAÇÃO E SIM CAXIAS
Quanto à proposta de campanha do prefeito eleito Daniel Guerra (PRB) de liberar as conversões nas ruas Sinimbu e Pinheiro Machado e o corredores secundários para carros, Fernando Ribeiro diz não ver problemas desde que o sistema não fique prejudicado.
"A ligação entre as estações precisa ocorrer de forma rápida. Se a ultrapassagem dos ônibus na Sinimbu e na Pinheiro Machado não for permitida, aí sim teríamos um problema, mas para os automóveis o corredor já está praticamente liberado. Se as alterações forem para melhor não há porque ser contra", afirmou.
Conforme o superintendente, ainda não houve nenhum contato com a equipe de transição de Guerra. Ribeiro afirma, no entanto, que não há desconforto com a chamada "lava-jato" nas planilhas da Visate, anunciada pelo prefeito eleito.
"A Visate não tem partido e não tem caixa-preta. As planilhas são do poder público e estão disponíveis no site da prefeitura".
COMPOSIÇÃO DA TARIFA DO TRANSPORTE COLETIVO
Pessoal: 55,19%
Custo de rodagem (diesel, pneus, frota): 25,58%
Depreciação da frota: 8,38%
Impostos e taxas: 3%
Despesas gerais: 2,53%
Remuneração do capital: 6,32%
PASSAGEIROS EQUIVALENTES (PAGANTES)
2011: 43.208.471
2012: 41.701.496
2013: 40.379.000
2014: 39.554.251
2015: 37.178.909
2016 (janeiro a novembro): 31.201.007
GRATUIDADES
2011: 12.718.336
2012: 12.891.464
2013: 13.272.937
2014: 13.663.401
2015: 13.682.410
2016 (janeiro a novembro): 13.585.818
Gaúcha
Queda nos passageiros deve gerar prejuízo de R$ 4 mi à Visate em 2016
Número de pagantes temqueda de 16% entre janeiro e novembro em comparação com todo ano passado
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