A família de Roger Thomé Trindade, 15 anos, ainda tenta entender o que motivou um grupo de jovens a espancar o adolescente, natural de Novo Hamburgo, até a morte em um parque na cidade de Winter Park, na Flórida, no último sábado.
Conforme a prima da vítima, Ana Luiza Thomé, 21 anos, Roger andava de bicicleta na avenida Park Ave, próximo ao Central Park, durante a noite, onde iria se encontrar com amigos, quando foi atacado:
– Logo que ele chegou no parque, umas pessoas chegaram perto, não sei se eram amigos ou não, e jogaram um spray nele. O Roger, então, caiu da bicicleta e essas pessoas foram pra cima dele, começaram a bater. Não dá pra entender, ele não tinha nenhuma inimizade.
Machucado gravemente, o adolescente foi socorrido mas não resistiu aos ferimentos e morreu na noite de domingo, em um hospital da região. Conforme Ana Luiza, que também mora nos Estados Unidos, o adolescente havia se mudado para o país em janeiro, junto com pais, e se adaptou bem à nova vida:
– O pai do Roger foi transferido no trabalho para lá, e o meu primo estava muito feliz. Ele era um menino muito calmo, estudioso, que sempre gostava de estar com os amigos, e estava se adaptando super bem, já havia feito amizades bem rapidamente.
Ainda segundo Ana Luiza, a família comemorava a mudança justamente por se sentir mais segura nos Estados Unidos.
– Claro que pode acontecer em qualquer lugar, mas é muito complicado pensar que eles foram esperando uma vida com mais segurança, e acontece uma coisa dessas – lamentou.
Pelo Facebook, a irmã de Roger, Laura Thomé Koch, confirmou a morte de Roger e prestou uma homenagem ao adolescente.
A polícia de Winter Park divulgou uma nota na manhã desta segunda-feira afirmando que oficiais foram chamados pouco antes das 22h de sábado devido a uma "briga entre jovens", e que investiga o caso. Não foram divulgadas informações sobre o que teria motivado o ataque.
Procurado, o Ministério das Relações Exteriores informou que o Consulado do Brasil em Miami "acompanha o caso junto às autoridades locais e está prestando toda a assistência consular cabível à família do menor". "Por questões de privacidade, o Itamaraty não fornece maiores informações sobre brasileiros que recebem assistência consular no Exterior", diz o ministério em nota.