Há nove meses, um local que era destinado para atividades esportivas está interditado. Em 15 de outubro do ano passado, a força do vento, que chegou a 134 km/h em Santa Maria, destelhou parte do Complexo Esportivo Guarani-Atlântico. Além de a comunidade do bairro Salgado Filho contar com um espaço a menos para a prática de esportes, um novo problema se manifesta: as telhas soltas do ginásio causam medo nos moradores da região.
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A dona de casa Alice Saldanha, 58 anos, mora ao lado do ginásio. Ela conta que quando ocorreu a ventania, muitas telhas voaram em direção a sua casa. De outubro até hoje, Alice teme que a situação se repita. Ela mora com três crianças, o que a deixa mais apreensiva.
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– A prefeitura esteve aqui na época. Mas os funcionários olharam e foram embora – recorda Alice.
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Na casa em frente ao ginásio, onde mora o taxista Alcemar Bueno, 46 anos, e o filho João Vitor, 19, o que mais incomoda é o barulho.
– Em dias com vento, não conseguimos dormir. As telhas que estão soltas ficam batendo. É uma barulheira que ninguém aguenta – reclama o taxista, que teme que mais telhas voem sobre as casas da vizinhança.
A auxiliar de limpeza Claudete de Oliveira, 43 anos, lamenta que o espaço esteja há tanto tempo inutilizado. Ela conta que fazia caminhadas no local e que o filho participava da escolinha de futebol. Agora, revolta-se com os riscos que o espaço traz.
– Acho uma vergonha isso que estão fazendo. Não adianta construir um ginásio para a comunidade e deixar atirado, com o risco de prejudicar mais famílias de novo. É um descaso, um perigo, está abandonado mesmo – ressalta Claudete.
Prefeitura aguarda verba
Segundo o secretário de Esporte e Lazer, Erony Paniz Junior, o conserto do complexo, com a construção de uma nova cobertura, depende de uma verba do governo federal, de R$ 325 mil. Porém, não há previsão para o município receber este valor.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou também que, na época do vendaval, Santa Maria foi a primeira cidade a enviar um pedido para o Ministério de Integração Nacional solicitando recursos para o conserto do ginásio e de outros locais afetados pelo vendaval. Entretanto, o ministério não aprovou os recursos para o Guarani.
Por meio da Defesa Civil, ainda em 2015, prefeitura fez um novo estudo do local, encaminhando novamente o pedido de verba, mas, até o momento, não recebeu resposta do Ministério de Integração Nacional. Enquanto isso, a Secretaria de Esportes, está enviando ao gabinete do prefeito um pedido de liberação de recursos para retirar o material que ficou no local. A prefeitura informa que, para a proteção dos moradores, a área do complexo é frequentemente monitorada pela Defesa Civil.
Além de escolinhas de futebol e ginástica, antes de o ginásio ser atingido pelo vendaval, o Guarani-Atlântico também era cedido para atividades esportivas de outras instituições, como entidades filantrópicas, clubes e para aulas de educação física de escolas públicas.
Infraestrutura
Telhas soltas do ginásio Guarani Atlântico assustam moradores
Moradores temem que telhas voem sobre as casas
Alessandra Noal
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