Os10 brasileros investigados presos na Operação Hashtag, suspeitos de compor uma célula terrorista do Estado Islâmico (EI) no país, foram levados a um presídio federal de segurança máxima em Campo Grande – a mesma onde está custodiado o traficante Fernandinho Beira-Mar. Os suspeitos, que estariam preparando atentados na Olimpíada do Rio, foram presos na quinta-feira. As informações são do jornal O Estadão de S. Paulo.
"A custódia dos presos em presídio federal efetivará a prevenção de atuação terrorista pelo grupo em questão durante o evento internacional sediado no país", informou o Ministério Público Federal.
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Segundo os procuradores, as provas colhidas até o momento permitem enquadramento dos investigados por "promover ou integrar organização terrorista como crime".
Entre as principais provas identificadas até o momento, há uma comunicação eletrônica na qual um dos integrantes do grupo conclama interessados a se organizarem para prestar apoio ao Estado Islâmico com treinamento já em território brasileiro. Foram também identificadas mensagens relacionadas à possibilidade de se aproveitar o momento dos Jogos Olímpicos para a realização de ato terrorista.
A operação apurou que alguns investigados já haviam feito o "batismo" ao EI (bayat), o juramento de fidelidade exigido pela organização terrorista para o acolhimento de novos membros.
Segundo o Ministério Público Federal, "tais atos, aliados a uma série de outros graves indícios, demonstraram a imprescindibilidade da prisão temporária decretada, tudo para garantir a segurança e paz pública necessárias à realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016".
O contato entre os indivíduos ocorria, principalmente, por meio de redes sociais e Telegram, espaços nos quais também divulgavam ideais extremistas e de perseguição religiosa, racial e de gênero.
A Procuradoria informou também que "embora se tenha constatado indícios de atos preparatórios pelo grupo, não houve notícia de atos concretos para a realização de ataque terrorista". O processo tramita em segredo de Justiça, segundo a Procuradoria, "a fim de assegurar o êxito da operação e a eventual obtenção de novas provas".
*Zero Hora