O Mali decretou três dias de luto e reinstaurou o estado de emergência, que entra em vigor a partir de amanhã, após o ataque a um campo militar na terça-feira em Nampala (centro) - anunciou o governo nesta quarta-feira à noite (20).
O estado de emergência foi decretado "por uma duração de dez dias", a partir desta quinta, de acordo com o comunicado divulgado após o Conselho de Ministros realizado na quarta-feira.
Dezessete militares malienses morreram no ataque contra a principal base militar de Nampala, no centro do Mali, em uma "ação terrorista coordenada", segundo o ministério do Interior.
O campo militar de Nampala, a mais de 510 km da capital, Bamako, é o segundo mais importante da região.
O ataque foi inicialmente reivindicado por um movimento político armado de defesa da comunidade étnica peul, criado em junho, mas as autoridades não acreditam em uma ação deste grupo, que carece da estrutura necessária para uma ação desta envergadura.
"Um grupo reivindicou o ataque, mas estamos prudentes, tentando estabelecer uma relação entre a forma de atuar" dos atacantes e "otros grupos terroristas que operam nesta parte do Mali", explicou o ministro da Defesa.
Posteriormente, o grupo jihadista Ansar-Dine afirmou ter realizado um "importante ataque" contra a base de Nampala, matando "dezenas de soldados".
Em março-abril de 2012, o norte do Mali caiu nas mãos de grupos extremistas vinculados à rede Al-Qaeda, incluindo o Ansar-Dine. Embora tenham sido expulsos da maior parte do território, após uma intervenção militar internacional liderada pela França, em janeiro de 2013, ainda restam amplos setores sob controle extremista.
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