Um dia depois de Carlos Ruan da Silva Pereira, 23 anos, ter levado um tiro na cabeça em uma das ruas mais movimentadas de Santa Maria, familiares dele ainda tentam entender o que motivou o crime. A mãe e a mulher da vítima acompanham ele, que, primeiramente, foi socorrido pelos bombeiros e levado para atendimento no Hospital de Caridade e, agora, está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), após passar por uma cirurgia na tarde desta quinta-feira. Para elas, a versão apresentada pelo adolescente de 17 anos, suspeito do disparo, é mentirosa e que Carlos Ruan deve ter sido confundido com alguém.
Depois de ter sido apreendido no Parque Itaimbé, instantes após o crime, o adolescente disse a policiais da Brigada Militar que havia comprado a arma, um revólver calibre 38, especialmente para matar Carlos Ruan. Ele afirmou ainda que teria uma rixa com a vítima, que teria começado em uma festa. A mulher de Carlos Ruan – eles são casados há quatro anos e têm um filho de três – contesta:
– A gente viu no jornal que o guri disse que eles tinham uma rixa. Mas a gente não conhece esse guri nem sabemos onde ele mora. Só pode ter sido por engano, que confundiram ele. Ele (adolescente) disse que foi em uma festa, mas é mentira. O Ruan não sai de noite, a gente tem um filho de três anos, não vamos em festa – conta a mulher da vítima.
Pintor desde os 16 anos, Pereira era trabalhador e um bom filho, de acordo com a mãe dele, que estava junto no momento do crime e está abalada com tudo o que aconteceu.
– Ele sempre foi um bom filho, trabalhador. Vai dar tudo certo, se Deus quiser, ele vai sair bem daqui – diz.
A investigação está a cargo da Delegacia Especializada em Homicídios e Desaparecidos (DHD). Conforme o delegado titular da DHD, Gabriel Zanella, apesar do relato do adolescente aos policiais militares, é prematuro confirmar essa versão.
– Foi instaurado o procedimento, e vamos complementar a investigação no sentido de apurar as circunstâncias e a motivação. Seria prematuro confirmar qual foi a motivação. Por isso, neste primeiro momento, não vamos afirmar categoricamente qual foi o motivo – explica o delegado.