No acumulado do ano, as vendas de vinhos brasileiros finos e de mesa têm queda de 6,5% no comparativo com os primeiros cinco meses do ano passado. A redução é puxada pela diminuição de 7% da comercialização de vinhos de mesa. Porém, os vinhos finos acumulam aumento de 6% nas vendas e a importação no período reduz 2%. Mesmo com o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o valor do dólar ainda não compensava na compra de produtos estrangeiros. Desta forma, as exportações do produto brasileiro também tiveram alta de 10%. Porém, a desvalorização do real nos últimos dias preocupa o presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Dirceu Scottá. Nesta terça-feira (30), o dólar chegou a operar abaixo dos R$ 3,20. Segundo o enólogo, o cenário de incertezas prejudica a concorrência do vinho brasileiro com os importados.
Nem mesmo o frio mais rigoroso deste ano está compensando as perdas com o aumento do IPI. O imposto pode impactar em até R$ 4 no preço de uma garrafa de vinho fino. As vinícolas tiveram um aumento de 33% na venda de vinhos, sucos e espumantes no mês de maio no comparativo com abril deste ano. É o tradicional mês em que as vendas crescem impulsionadas pela demanda do mercado para abastecer os estoques de inverno. Mas mesmo com as baixas temperaturas deste ano, não houve aumento de vendas na comparação com maio do ano passado, em que o crescimento do período foi maior, foi de 33%. De acordo com o Ibravin, o principal motivo é mais uma vez o aumento do IPI que entrou em vigor em dezembro, mas muitas vinícolas repassaram o aumento a partir de abril.
Sinal de alerta também para os espumantes, que tiveram queda de 6,29% nas vendas de janeiro a maio, o que não ocorria em outros anos. Apesar do resultado positivo para a venda de sucos, com aumento de 2%, a comercialização também é menor do que no passado. Segundo o presidente do Ibravin, em 2015, o calor influenciou no consumo, o que explica o desempenho pior neste ano.