Enquanto o governo do Estado aguarda que a Justiça determine a saída dos estudantes que ocupam mais de cem escolas em Porto Alegre – a expectativa da Secretaria da Educação era de que uma liminar fosse concedida ontem –, há alunos, pais e professores temerosos com a demora da retomada das aulas.
Estudantes do terceiro ano se preocupam com a preparação para o Enem, os pais com a motivação dos filhos para estudar e também em onde deixá-los enquanto as aulas estão suspensas, e professores contrários à greve querem lecionar.
– Sou contrária às invasões, à falta de democracia deste movimento. A escola tem 900 alunos, mas nove estão impossibilitando os demais de ter aulas. Estou condoída por ter que vivenciar esta situação – disse a professora Ana Oliveira, da Escola Técnica Estadual Senador Ernesto Dornelles, no Centro da Capital.
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Já a aluna do terceiro semestre do curso técnico de nutrição da Ernesto Dornelles, Susan de Moura Burnett, 40 anos, teme que a suspensão das aulas por conta da ocupação a prejudique profissionalmente. Ela passou em terceiro lugar num concurso público do Grupo Hospitalar Conceição para trabalhar como técnica em nutrição e tem medo de perder a vaga quando for chamada por não ter concluído a formação em tempo hábil.
Escolas públicas
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