Um grupo de alunos foi recebido na manhã desta sexta-feira na sede da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), em Caxias do Sul, por pais e professores, que propuseram o fim das ocupações em 48 horas. Se os estudantes aceitarem o acordo, as aulas retornam à normalidade na próxima segunda-feira, dia 13. Ainda estão ocupadas as escolas Apolinário Alves dos Santos, Cristóvão de Mendoza, Cavalheiro Aristides Germani e EETCS.
O único colégio desocupado em Caxias desde o início do movimento estudantil foi o Emílio Meyer, na última segunda-feira. De acordo com um dos jovens que participava do ato, Jordano Camatti Ferreira, 17 anos, a decisão ocorreu por medo de represálias:
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– Começamos a receber ameaças, uma colega foi abordada na rua por um homem com uma faca que exigiu a desocupação. Estamos prezando pela nossa segurança.
Os alunos exigiram da coordenadora da 4ª CRE, Janice Terezinha Zambarda Moraes, o compromisso por escrito de que o órgão se esforçaria para atender um conjunto de reivindicações. Ela concordou e disse ter saído da conversa otimista:
– Foi muito esclarecedor porque explicamos a eles como as coisas funcionam. Falamos, por exemplo, que para trocar um portão é preciso orçamento, projeto e contrato. As coisas, infelizmente, não são tão simples como gostaríamos. Alguns pedidos não têm como ser atendidos, outros vamos nos esforçar para conseguir.
Na pauta entregue para Janice, os estudantes colocaram as seguintes demandas:
– Infraestrutura: que variam de acordo com as necessidades e precariedade de cada escola;
– Contra o parcelamento do salário dos professores;
– Contra o projeto de lei 44/2016: a responsabilidade da educação por parte do Estado seria repassada para "organizações sociais", ou seja, instituições privadas;
– Contra o sucateamento das escolas: repasse mínimo de verba para educação pública;
– Aumento de verbas para as merendas: atualmente, a verba é de R$ 0,33 por aluno;
– Contra os cortes do governo destinados às bolsas ProUni, Sisu e Fies.