Em assembleia realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (SINMGRA) na tarde desta quinta-feira, 125 trabalhadores demitidos da unidade da General Motors (GM) no município rejeitaram a proposta de acordo encaminhada pela montadora na audiência realizada no início da semana no Tribunal Regional do Trabalho da 4a Região (TRT/RS). Durante o encontro, os trabalhadores também aprovaram uma contraproposta de até R$ 12 mil que será levada para conhecimento do TRT/RS.
– O Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí está lutando pelos direitos destes companheiros que se dedicaram muito pelo crescimento da GM em nossa cidade. Eles merecem que a empresa reconheça isso e lhes dê condições de começar uma nova etapa em suas vidas com as compensações financeiras devidas – afirma o presidente da entidade sindical, Valcir Ascari.
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Conforme o diretor jurídico do sindicato, Edson Dorneles, o sentimento dos trabalhadores em relação à GM é de profunda decepção e frustração, uma vez que não houve consideração com as pessoas que geraram muitos lucros para a multinacional.
– O Sindicato, junto com os demitidos, entende que a justiça para o caso seria o cancelamento de todas as demissões – declara Dorneles.
Na proposta que foi rejeitada, a empresa comprometeu-se a pagar, em 31 de maio, parcela indenizatória aos despedidos no valor de R$ 2,2 mil. Também se propôs a quitar uma parcela final referente à participação nos resultados, em 8 de julho, na quantia de R$ 4.610,00. Pela proposta ficaria assegurada, também, a priorização dos dispensados em eventual recontratação, caso a empresa volte a admitir empregados.
As demissões
No final de abril, a GM demitiu 300 funcionários que retornariam ao trabalho após cinco meses de layoff (quando os contratos de trabalho são suspensos temporariamente). Os empregados foram informados da decisão por meio de telegrama.
Na ocasião, por meio de nota, a GM informou que mais da metade dos cerca de 800 empregados que haviam entrado em layoff no ano passado retornou ao trabalho, mas que "houve queda de mais de 26% nas vendas da indústria apenas nos primeiros quatro meses de 2016" e que a "esperada recuperação do mercado, infelizmente, não aconteceu".