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Natural de Carazinho, Ronaldo Nogueira, 50 anos, é deputado federal pelo PTB e foi escolhido como novo ministro do Trabalho. Em entrevista ao Diário Gaúcho por telefone, na tarde de sexta-feira, garantiu que o novo governo não mexerá em nenhum direito trabalhista e nos programas já instituídos. Segundo ele, porém, o combate ao desemprego depende da reação da economia.
Diário Gaúcho – Haverá alguma alteração nos direitos dos trabalhadores?Ronaldo Nogueira – Direito não se revoga, direito se amplia. No pronunciamento do presidente (na quinta-feira) ele disse que os programas sociais e direitos trabalhistas não serão alterados. O governo é um governo de diálogo. Em qualquer alteração, os atores e os sindicatos serão chamados para conversar.
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Diário – E que tipo de alterações seriam essas?
Ronaldo – Quem vai definir serão os atores que serão chamados para discutir. Os sindicatos serão ouvidos.
Diário – Em entrevistas a outros jornais, o senhor disse que é necessário modernizar as leis trabalhistas. Como seria essa modernização?
Ronaldo – Os atores interessados serão ouvidos e chamados para construir estas propostas.
Diário – O que o Ministério pretende fazer em relação ao desemprego, para, ao menos, evitar que novas vagas sejam fechadas?
Ronaldo – A questão do desemprego depende também da economia e da macroeconomia. Quem fala pela economia é o ministro da Fazenda (Henrique Meirelles). O que diz respeito à função do meu ministério é amparar o trabalhador. Não iremos interromper nenhum dos programas do Ministério. Este é um período de continuidade do governo, os programas serão continuadas.
Diário – Qual é sua prioridade?
Ronaldo – Vamos fazer um diagnóstico interno da estrutura do ministério, inclusive pra verificar os convênios que estão em andamento, os programadas que estão sendo executados. A partir desse diagnóstico, vamos fazer uma checagem das demandas ouvindo os próprios servidores.
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Diário – Que mensagem o senhor daria aos trabalhadores desempregados?Ronaldo – Uma mensagem de esperança. Porque aquilo que é da prerrogativa do Ministério do Trabalho, eles podem contar, que é promover políticas públicas. Também quero que o trabalhador tenha uma alternativa de habilidade profissional, oferecer oportunidade de qualificação.
Diário – Esperança no que, exatamente?
Ronaldo – Esperança no futuro do Brasil, que é um país maravilhoso que tem potencialidades para superar o momento de crise. Ali na frente, o emprego começará a ampliar suas oportunidades.
Diário – Em quanto tempo o senhor acredita que vai melhorar a situação do trabalhador?
Ronaldo – Nos próximos seis meses o cenário vai melhorar, a partir do segundo semestre. Os investidores terão mais confiança no Brasil. O governo fará a sua parte no que diz respeito à gestão. Precisamos ter esperança e confiança no Brasil.