
A morte de um poodle, após ter sido atropelado duas vezes de forma intencional na última quinta-feira em Santa Cruz do Sul, causou revolta na cidade do Vale do Rio Pardo. Nesse sábado, um grupo de defensores de animais fez um protesto em frente à casa do único suspeito.
Pedindo justiça pela morte de Bob, que tinha três anos, os manifestantes fizeram uma caminhada que terminou na residência do suspeito. Fezes de animais, ovos e cartazes foram deixados na calçada. Durante o ato, a casa permaneceu fechada. Nas redes sociais, a hashtag #JustiçaBob vem sendo usada por defensores da causa.
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A dona do cão, Ivy Morganna Lucas, 27 anos, não participou da manifestação. Bastante abalada, a analista comercial pede "que as pessoas não façam nada com ele e muito menos para a família dele, que deixem a polícia resolver".
– Não estou conseguindo falar sobre o assunto ainda – disse Ivy em mensagens respondidas pelo Facebook. – Ficam as ótimas lembranças, a saudade.

O poodle preto estava desaparecido desde quarta-feira. A família de Ivy chegou a procurá-lo na vizinhança e postou pedidos de ajuda nas redes sociais. No dia seguinte, um conhecido avisou que um cachorro parecido com Bob havia sido atropelado a duas quadras da casa onde morava.
Imagens de monitoramento de uma residência flagraram o cão de roupinha azul correndo pela Rua Carlitos Walter Kaempf quando foi atingido por um Gol esverdeado. Em seguida, com Bob caído na via, o mesmo carro retornou e passou novamente por cima do animal.
"Sei que no mundo existem pessoas podres, desumanas, sem qualquer sentimento de respeito ou compaixão por alguém. Agora tu ver um animal indefeso ser morto pelo simples fato de matar por brincadeira é revoltante. Não ia divulgar o vídeo por serem imagens fortes de um ser que se ama. Mas tenho que achar o infeliz que fez isso e que ele pague por essa atitude", descreveu o namorado de Ivy, Marcelo Iser, 25 anos, ao postar as imagens no seu perfil do Facebook.
O vídeo deve ser anexado ao inquérito policial. Segundo o delegado Marcelo Chiara, o caso foi notificado à polícia na sexta-feira e, ao longo da próxima semana, deverão ser coletados depoimentos e provas para serem remetidos à Justiça. Ele confirma que o suspeito está identificado, mas que não deve ser preso. O nome do suposto agressor não foi divulgado.
– Trata-se de crime de menor potencial ofensivo, em que a pena máxima prevista é inferior a dois anos. Assim, se estabelece o procedimento do termo circunstanciado, que é mais simples e célere – explica Chiara.