
Passado o feriado em comemoração aos 158 de Santa Maria, alunos e professores da rede estadual de educação voltaram a protestar nesta quarta-feira na cidade. Na segunda-feira, dois protestos foram realizados em frente à Escola Estadual de Ensino Médio Cilon Rosa, no Centro, e na Escola Estadual de Educação Básica Augusto Ruschi. Nesta quarta, um grupo de aproximadamente 300 pessoas, entre estudantes e professores, partiu da frente da Escola Estadual Olavo Bilac e percorreu ruas centrais da cidade até a sede da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (8ª CRE), na Avenida Presidente Vargas, esquina com a Avenida Borges de Medeiros.
Em alguns pontos, os manifestantes sentavam na rua, enquanto outros anunciavam quais eram as reivindicações. A 8ª CRE afirma que 10, das 39 escolas estaduais do município aderiram ao movimento grevista.
Os alunos e professores se concentraram na Escola Olavo Bilac, na Rua Conde de Porto Alegre. Com um caminhão de som à frente, a manifestação saiu por volta das 14h e percorreu as ruas Coronel Niederauer e Duque de Caxias, até chegar na Avenida Presidente Vargas, onde desceram até a sede da 8ª CRE. Professores com sinos e alunos com faixas e cartazes protestavam contra o governo de José Ivo Sartori (PMDB) e a precarização da educação.
Além de apoiar a greve dos professores, que vigora desde sexta-feira, os alunos reivindicam mais investimentos na educação, como a destinação de um valor maior que os atuais R$ 0,30 para a merenda escolar. Outro assunto na pauta dos manifestantes é a contrariedade ao Projeto de Lei 44/2016, que está em discussão na Assembleia Legislativa desde fevereiro. Na justificativa, o governo afirma que "a presente proposição prevê que o Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino (...)".
– Resolvemos nos juntar para pedir mais estrutura para as escolas. Não é só pelo salários dos professores, mas por mais verbas para a educação. A nossa verdadeira pauta principal é uma educação pública de qualidade. Estamos indo para rua para pedir e esperamos que o governador olhe para nós para tentar fazer alguma coisa. Se precisar, vamos ocupar – afirma o estudante do 3º ano do Ensino Médio da Escola Maria Rocha, Leonardo Dutra, 18 anos.
Diálogo
Ao chegarem na sede da 8ª CRE, os estudantes entraram no pátio e pelo caminhão de som, pediram para falar com a coordenadora da 8ª CRE, Simone Coradini. A titular do órgão não pôde atender, mas afirma que a coordenadora adjunta recebeu os manifestantes.
– Eles foram atendidos pela coordenadora adjunta, que e pediu que eles trouxessem por escrito as reivindicações. Queremos manter um diálogo aberto com os alunos, professores e diretores das escolas para colhermos a solicitações e levarmos à secretaria de educação – explica Simone.