O recurso que questiona sentença que manda a julgamento popular os acusados de serem responsáveis pela morte de Bernardo Uglione Boldrini retornará à pauta da 1ª Câmara Criminal na próxima quarta-feira, dia 20. A sessão terá início às 14h no prédio do Tribunal de Justiça, em Porto Alegre. Na mesma hora, está prevista uma "vigília do BEm", uma mobilização organizada nas redes sociais que defende que o caso vá a júri popular.
No recurso, Leandro, Graciele e Evandro alegam nulidades no processo e pedem as suas impronúncias (decisão por meio da qual o juiz conclui que não há provas da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação para levar o acusado a julgamento perante o Tribunal do Júri). Alternativamente, pedem a desclassificação do delito de que são acusados, de modo a evitar o júri popular (responsável por julgar crimes dolosos contra a vida). Já o Ministério Público pede a inclusão da qualificadora do motivo torpe na pronúncia de Evandro Wirganovicz.
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O julgamento do recurso teve início no dia 27 de janeiro, quando o relator, desembargador Sylvio Baptista Neto, negou o pedido das partes. O desembargador Honório Gonçalves da Silva Neto pediu vista do recurso e a terceira integrante da Câmara, desembargadora Cláudia Maria Hardt decidiu por aguardar.
Recurso
Respondem ao processo criminal o pai de Bernardo, Leandro Boldrini, a madrasta do menino, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz. Eles serão julgados pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Júri, onde os jurados decidirão se são culpados ou inocentes dos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (Leandro e Graciele), triplamente qualificado (Edelvânia) e duplamente qualificado (Evandro), além de ocultação de cadáver. Leandro Boldrini também responderá pelo crime de falsidade ideológica.
Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu em 4 de abril de 2014, em Três Passos. Seu corpo foi encontrado na noite de 14 do mesmo mês, dentro de um saco plástico e enterrado às margens de um rio em Frederico Westphalen.