Com pouco mais de 20 minutos de atraso, a palestra do médium Divaldo Franco, em Santa Maria, lotou o ginásio do Clube Recreativo Dores na noite desta quarta-feira.
O orador espírita trouxe, mais uma vez à cidade, uma mensagem de consolo, esclarecimentos e esperança para os santa-marienses. A vinda do médium foi uma realização da União Municipal Espírita de Santa Maria.
Informações preliminares de pessoas que assitiam à palestra dão conta de que o local estaria superlotado. Conforme laudo técnico do Corpo de Bombeiros de Santa Maria, a capacidade é de 3,5 mil pessoas. A corporação confirma que só vai até o local checar o número de pessoas se alguém registrar ocorrência na central de operações. Até as 20h20min, não havia nenhum registro nos bombeiros.
Santa Maria recebe a mensagem de positividade do médium Divaldo Pereira Franco
A entrada era gratuita e por ordem de chegada. Muita gente ficou do lado de fora.
Entre as reclamações do público, está a má qualidade do áudio, crítica recorrente em eventos realizados no ginásio do clube.
Em entrevista ao Diário, ele falou sobre as vibrações, mudanças e energias do país em relação à atual crise política e econômica, sobre os protestos, intolerância e preconceitos e sobre as vibrações que encontrou nesta nova visita a Santa Maria. Confira:
Santa Maria em 2013 e atualmente
"Naquela época, estavam muito densas as vibrações de angústia e de sofrimento. Na atualidade, essas vibrações estão diluídas. Embora não tenham desaparecido totalmente, ainda existe como que uma sombra suave que paira sobre as consciências (...), apesar do carinho das famílias, das orações..."
Como encarar essas vibrações
"Para auxiliar esses espíritos, as pessoas devem continuar envolvendo-os em ternura e não considerar o episódio como um castigo divino, mas, sim, como um acontecimento para nos despertar para uma realidade da transcendência da vida. Muitas vezes, aquilo que parece uma desgraça, na verdade, é só uma advertência para que nos envolvamos em questões mais profundas da nossa realidade. E a morte, pelo fato de ser irreversível, constitui um convite ao indivíduo a pensar em si próprio. E, graças a isso, tornar-se melhor. Primeiro, pelo amor à pessoa que desencarnou e, depois, pensando em si próprio. E pela expectativa do reencontro."
Tragédia serviu como exemplo
"Santa Maria voltou a ter aquela confiança anterior para tranquilizar aos que residem fora e mandam seus filhos para estudar aqui. Isso graças às declarações de muitos pais, que aceitaram com elevada resignação o ocorrido. E, também, ao movimento da Justiça, que mudou, inclusive, a aplicação da lei de preservação dos espaços e, hoje, exige os cuidados convenientes para evacuação em hora de emergência. Hoje, Santa Maria não é apenas lembrada pela tragédia, mas é um núcleo de educação, de formação de caráter, e o fato serviu como alerta de segurança para o país inteiro, evitando novas tragédias."
Abaixo, confira em áudio, trecho da entrevista de Divaldo Pereira Franco:
A crise no Brasil
"A sociedade cresce através de fenômenos culturais denominados crises. Não se pode mudar de uma situação histórica para outra sem que se atravesse qualquer tipo de crise. Refiro-me à crise de valores antigos, castradores, inibidores e, ao mesmo tempo, de construções menos dignas. É uma necessidade de renovação. É como a velha tradição do cesto de maças. A crise é o momento em que se penetra nesse contexto para tirar a maça podre para evitar o contágio das demais. Então, é um momento doloroso."
Clique aqui para ouvir esses áudios
Manifestações nas ruas
"Mesmo que o movimento das massas não seja triunfante, nós adquirimos o direito de protestar. Toda vez que nós protestamos, adquirimos cidadania. Desde que nosso protesto seja justo e não sirva de trampolim para determinadas posturas depreciativas, de apedrejamento, de agressividade e destruição. O grito de liberdade é um direito do cidadão. Então, eu recordaria Castro Alves: "A praça é do povo, como o céu é das aves". Cabe a cada um de nós a tarefa de contribuir em favor de um país livre de quaisquer teias de submissões a nações poderosas ou à submissão a indivíduos arbitrários que são protegidos por essas nações poderosas".