O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, classificou, na manhã desta terça-feira, como "muito positiva" a possível ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Esplanada dos Ministérios. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Rossetto também fez questão de rechaçar que o motivo da indicação de Lula seja a garantia do foro privilegiado diante do avanço das investigações do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia para o Supremo Tribunal Federal (STF).
– (Lula) traz uma experiência importante. Mas essa decisão deve ser da presidente Dilma e do ex-presidente – comentou.
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O ministro ainda criticou o pedido de prisão preventiva de Lula solicitado pelo Ministério Público de São Paulo na última quinta-feira. Na avaliação de Rossetto, a medida representa uma peça "desmoralizada", que não é levada a sério.
– Lula tem se apresentado em todos os momentos ao Judiciário. É uma bruta campanha que busca criminalizar o presidente Lula sem provas. Nenhum cidadão está acima da justiça, mas nenhum está abaixo – argumentou.
Por mais de uma vez, Rossetto elogiou o trabalho dos governos petistas "no combate à corrupção". No entanto, reprovou o que considera um vazamento seletivo de informações.
– O que não podemos é estimular um ambiente do ódio – definiu, ao falar das investigações contra Lula.
O ministro do Trabalho e Previdência Social também analisou as manifestações que levaram, no último domingo, pelo menos 3,3 milhões de brasileiros contrários ao governo para as ruas do país. Rossetto afirmou que os protestos devem ser respeitados, mas que os atos não são suficientes para tirar Dilma da Presidência.
Além disso, o ministro avaliou o possível rompimento do PMDB com o governo. Rossetto disse que, apesar das "divisões importantes" entre os peemedebistas, espera a permanência da sigla na base aliada.
– A minha expectativa é que o PMDB colabore com o país. O que isso significa? Que ele permaneça no governo – resumiu.