
Com dois quarteirões da Avenida Paulista tomados por manifestantes, a mobilização popular contra o a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa Civil começou cedo no centro de São Paulo. Antes das 8h já havia uma multidão trancando o trânsito em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), símbolo econômico da capital paulista e ponto nevrálgico dos atos contra o PT.
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Aos poucos, mais gente foi chegando. Portando bandeiras do Brasil, faixas, e cartazes, pediam a renúncia da presidente Dilma Rousseff e a prisão de Lula. Enquanto em Brasília o petista era incensado por parlamentares petistas na cerimônia de posse no Palácio do Planalto, na Paulista um apitaço ensurdecedor ressoava o repúdio da população. Houve tensão quando a tropa de choque da PM ensaiou abrir um corredor para permitir a passagem dos ônibus. Os militantes não cederam e a tropa recuou.
Os momentos de confusão se sucederam. Segundo a PM, um rapaz vestindo camiseta vermelha agrediu uma menina. O namorado dela revidou e, no meio do tumulto, foi identificado como petista.
Outros manifestantes partiram pra cima dele e só nao houve violência maior porque os policiais intervieram. Em seguida, o secretário estadual da Segurança, Alexandre de Moraes, foi hostilizado enquanto observava a manifestação a pedido do governador Geraldo Alckmin. Ele chegou a ser empurrado e teve de sair às pressas do local, tendo o carro oficial atingido por garrafas de água.
O protesto cresceu subitamente ao meio-dia. Executivos engravatados desceram às ruas e se incorporaram as milhares de pessoas que pediam o impeachment de Dilma. A PM solicitou que o protesto se encerre até as 18h, mas a disposição dos manifesta é entrar a noite ocupando a via.