Estou para ver algo mais enraizado na cultura financeira das pessoas do que o hábito de comprar a prazo. O parcelamento vai desde a casa própria e chega até mesmo nas compras semanais no supermercado. A antecipação do consumo é considerada tão normal, que as pessoas só olham se a parcela cabe no salário do mês. E quando olham!
O consumidor se pergunta: afinal, se a parcela cabe no mês, por que esperar? Só que isso tem um custo. Há dois cenários:
1 - Compra agora e paga depois. Paga o juro e a taxa.
2 - Paga à vista e recebe juros, com o desconto.
Não é errado financiar o imóvel e comprar os móveis da cozinha a prazo. O que a coluna quer é fazer o leitor entender que o produto sai mais caro. Sabendo disso, consegue tomar a melhor decisão. Seja guardar o dinheiro e pagar à vista. Seja dar uma entrada maior para ter um saldo menor sofrendo com o juro.
Olhem a simulação feita para a coluna pelo educador financeiro Mauro Calil:
Imóvel de R$ 200 mil
Valor financiado: R$ 120 mil
Entrada: R$ 80 mil
Custo do financiamento: 0,99% ao mês
Parcelando 120 meses: imóvel sai por R$ 285.860
180 meses: vai pagar R$ 337.571 pelo imóvel
240 meses: o preço do imóvel sobe para R$ 420.706
300 meses: o comprador pagará R$ 455.972 (mais do que o dobro do valor inicial do imóvel)
E, quanto menor a entrada, mais dinheiro o comprador deixa de presente para o banco. Planeje a vida e as finanças. Quer uma casa própria? Em vez de financiar no futuro, quem sabe adie viagens e festa de casamento? Guarde o dinheiro, pague o imóvel e ainda sobra o dinheiro que pagaria de juros. Os sonhos não deixam de ser realizados. Só ficam para um pouco depois. Desejo não é ruim. Só não pode ser tratado como necessidade. E a tranquilidade de ter as contas em dia e dinheiro na conta? Esta sim, não tem preço...
Acerto de Contas
Giane Guerra: cuidado com as compras a prazo
Colunista do Diário Gaúcho destaca que o parcelamento está enraizado na cultura financeira das pessoas
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