O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), minimizou a ausência da cúpula do PMDB na cerimônia de posse do ex-presidente Lula como ministro-chefe da Casa Civil. De acordo com ele, o PMDB tem sido um aliado e vai permanecer na base de apoio.
– Não vejo isso como ato simbólico. Até porque havia senadores e deputados do PMDB lá. Não vejo isso como uma sinalização – disse Humberto.
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O senador ponderou que muitos não puderam comparecer e argumentou que na Câmara dos Deputados, na mesma hora, se instalava a comissão de impeachment.
A posse não contou com os principais nomes do PMDB, como o vice-presidente, Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o líder do partido, Eunício Oliveira (CE) e Romero Jucá (RR). Deputados licenciados, que assumiram ministérios estiveram no Palácio do Planalto.
O grupo, que se reuniu na noite de quarta-feira na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros, concluiu que não era oportuno participar da posse de Lula após a revelação da conversa entre Dilma e Lula, que sugere que a nomeação do ex-presidente teria tido como objetivo evitar que ele viesse a ser investigado na primeira instância pela Operação Lava-Jato.
– O PMDB tem sido um aliado importante até o momento e permanecerá como tal. Temos conversado com eles permanentemente e acredito que estarão nesse trabalho de governar o Brasil – disse Humberto.
Na noite de quarta-feira, antes de os grampos das conversas entre Dilma e Lula virem a público, os líderes do PT já haviam agendado uma reunião com Renan Calheiros. Com o agravamento da situação do ex-presidente, a conversa não aconteceu. Líderes afirmaram que não chegaram a conversar ainda.
Segundo interlocutores da cúpula do PMDB, a ausência na posse foi um "voto de desconfiança" ao Executivo. Mas no início da semana, com a possibilidade de Lula assumir o ministério, o grupo estava dividido. Renan, mais próximo de Lula, deu indicações favoráveis à medida.
*Estadão Conteúdo