No Dia Internacional da Mulher, o lançamento de um documentário coroou o trabalho das guerreiras do Morro da Polícia, no Bairro Aparício Borges, em Porto Alegre. A mulherada, que já era organizada em iniciativas comunitárias, ganhou o reforço do projeto Transformação Solidária, que foi ao bairro colocar em prática ações de consciência ambiental. Juntas, visitaram casas incentivando a separação de lixo, a compostagem doméstica e o reaproveitamento de materiais como restos de tecido, madeira e plástico.
Um mutirão de apenas dois dias nas casas próximas a Praça Maria Bastos e no Arroio do Meio recolheu duas toneladas de lixo. Após a ação, a praça, antes abandonada devido ao descaso, já está sendo novamente ocupada pelos moradores. Essas e outras ações formam o enredo do documentário de 30 minutos lançado ontem e exibido para a comunidade, com direito a pipoca próximo a um dos muros do Presídio Central que foram revitalizados pela comunidade.
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O Transformação Solidária foi um dos 12 projetos selecionados em editais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) que ganharam incentivo financeiro do município. Segundo a idealizadora do projeto, Angelita Luizitto Walter, a proposta era testar as ações neste bairro para replicar em outras comunidades:
- As mulheres foram as articuladoras desse projeto dentro da comunidade. Sem elas, não teríamos conseguido. Elas abriram as portas do Morro para nós.
A ideia de fazer o vídeo surgiu, segundo Angelita, para criar uma forma de multiplicar o que foi feito no Morro da Polícia, exibindo o exemplo da experiência em outros locais. Ao longo das cenas, a ação das mulheres gera reflexão. As imagens mostram o impacto da transformação em ruas com muito lixo acumulado e que estão com outra cara após o mutirão.
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<TITULO COLUNA 1>Unindo forças no morro
O projeto abriu ainda mais o leque de ações da associação, que já trabalha com artesanato e fabricação de sabão e que luta para fazer festas comunitárias para as crianças do Morro.
- As coisas só acontecem se fizermos juntos, unindo forças. No início, foi um perrengue. Fizemos coisas que, se fosse para fazer sozinho, as pessoas não fariam. Antes, passávamos nas vielas e era um lixo e uma podridão. Agora está limpinho, gerou uma consciência - explica a integrante da associação, Vera Lúcia Machado Oliveira, 59 anos.
Além das ações práticas, as atividades do projeto ajudaram a comunidade a conhecer seus deveres, até mesmo pelo gesto banal - e importante - de separar o lixo, lembra a presidente da associação, Vitória Marques, 54 anos.
- Isso faz com que as pessoas se sintam valorizadas, vendo o pátio da sua casa limpo e a rua também - diz Vitória.
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Porto Alegre
Ação ambiental de mulheres do Morro da Polícia vira documentário
Grupo promoveu a transformação de espaço público no Bairro Aparício Borges, na Capital
Jeniffer Gularte
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